Filhos da pedagoga Alessandra Câmara Silveira, 32, com o cirurgião-dentista Marcelo da Silveira, 38, os dois foram concebidos a partir de um tratamento de fertilização e reprodução assistida a que mulher se submeteu há sete anos. O que surpreendeu a equipe médica foi a facilidade com que Alessandra engravidou: na primeira tentativa, nos dois casos.
De acordo com Ricardo Baruffi, ginecologista da Clínica de Reprodução Humana Sinhá Junqueira, responsável pelo tratamento de Alessandra, o casal de crianças é considerado de gêmeos não-idênticos ou fraternos, apesar da diferença de idade.
Ele explicou que isso porque os dois foram gerados a partir de óvulos produzidos num mesmo ciclo e que foram fecundados no mesmo dia.
Foram recolhidos óvulos e espermatozóides para fertilização in vitro (FIV). Doze óvulos foram fecundados.
Naquela época, dois embriões foram implantados no útero de Alessandra e um deles gerou João Marcelo, que completou seis anos nos último dia 6. O outro embrião, que não se prendeu à parede do útero, foi absorvido pelo organismo de Alessandra.
Diante dos apelos do menino em ter uma “irmãzinha”, o casal decidiu no ano passado repetir a experiência com embriões excedentes daquela época, que foram congelados em nitrogênio líquido (a 190ºC negativos) e ficaram guardados na clínica.
Como já ocorrera no caso de João Marcelo, a mãe conseguiu engravidar na primeira tentativa, a partir da implantação também de dois embriões.
“Nossa intenção sempre foi de ter dois filhos e, depois do pedido do João, decidimos tentar, mas não esperávamos que viesse uma menina”, disse Alessandra.
A ginecologista que acompanhou a gravidez, Edilberto Araújo Filho, do Centro de Reprodução Humana de Rio Preto, disse que as chances de gravidez com embriões congelados costuma oscilar de 25% a 30%.
O nome da menina, que pesa 2,6 quilos e mede 47 centímetros, foi escolhido pelo próprio irmão.
“Somos muito abençoados. Nosso sonho foi realizado nos dois sentidos”, declarou a mãe, visivelmente emocionada.
GISELI MARCHIOTE
Agência Folha