O GPS está saindo do gueto. Para quem não conhece a sigla, ela pode ser traduzida como Sistema de Localização Global. A partir da união de coordenadas de latitude e longitude, qualquer pessoa pode ser encontrada no globo terrestre com a ajuda de 24 satélites que ficam em órbita na Terra. A tecnologia nasceu no final dos anos 70 nos quartéis dos Estados Unidos e, em seguida, foi descoberta pela aviação civil e praticantes de esportes náuticos e radicais. Agora, o GPS está em todo lugar. Já é possível encontrá-lo em automóveis, celulares, relógios de pulso e no bolso das pessoas comuns. O caminho trilhado pela tecnologia é semelhante ao dos celulares, que começaram como um produto de elite e já são usados por 69 milhões de brasileiros. Lá atrás, ter um GPS significava modernidade e alto custo. Os equipamentos estavam na casa dos milhares de dólares. Hoje podem ser comprados por R$ 500. “Essa tecnologia está tão presente no dia-a-dia que nem temos consciência da sua importância”, diz Hélio Kuga, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Alguns táxis em São Paulo, por exemplo, já dispõem desse recurso. Daqui para frente, ninguém terá mais desculpa para errar o caminho: no bolso ou no painel do carro haverá uma tela com todas as indicações.
Em outras áreas, o GPS vive um clima de total liberdade. A empresa pernambucana Segsat lançará, em julho, um dispositivo do tamanho de uma moeda equipado com a tecnologia. O item servirá para rastrear o próprio portador. “Estamos colocando no mercado um eficiente mecanismo para combater seqüestros”, diz Sérgio Baptista, diretor da Segsat. A companhia usa um chip desenvolvido pela alemã Siemens que também pode ser colocado em qualquer lugar. Dentro do celular, em relógios, laptops e palms. Essa disseminação do GPS trouxe novos negócios. Um deles é a paulista MapLink, que oferece serviços de mapeamento e roteirização em todo o País. A companhia compra mapas digitais de empresas americanas que fazem o processamento de imagens com a ajuda de GPS e oferece o serviço aos brasileiros. Só no ano passado, a MapLink cresceu 89%. “Acreditamos muito nesse mercado”, afirma o diretor Guilherme Gomide.
Mundialmente, os serviços e produtos em torno do GPS movimentam US$ 15 bilhões. Em 2008 chegarão a US$ 22 bilhões. Das aplicações comerciais do GPS, 35% são em carros, 22% de produtos dirigidos aos consumidores finais e 5% em aviação. Nos setores marítimo e militar, apenas 2%, o que mostra que o GPS está mais popular do que nunca. Países inteiros na Europa, Japão e EUA já estão com todas as ruas de suas cidades mapeadas. No Brasil, os mapas digitais ainda engatinham. Só grandes cidades como São Paulo possuem vias reproduzidas digitalmente. São cerca de 60 mil ruas na cidade. A união entre os mapas virtuais e o GPS é tão explosiva do ponto de vista das oportunidades de negócio que já atrai as maiores marcas da internet para este campo. O serviço de buscas Google colocou em teste um serviço que permite aos seus usuários nos EUA encontrar qualquer rua no país. O Yahoo também segue a mesma direção. Ninguém quer ficar de fora.
US$ 22 bilhões será o tamanho do mercado mundial de GPS em 2008
Por eduardo PIncigher e mariana ditolvo
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