Entretenimento e informação via telefone preocupam rádios e TVs

A convergência tecnológica nos serviços de telecomunicações preocupam as emissoras de rádio e de televisão do país.
Durante o 23º Congresso Brasileiro de Radiodifusão, realizado em Brasília, os radiodifusores avaliaram as iniciativas das empresas de telefonia na oferta de serviços de entretenimento e informação via celular, por exemplo, como um avanço sobre o serviço de comunicação social, extrapolando os limites das telecomunicações.
O vice-presidente das Organizações Globo, Evandro Guimarães, defendeu ontem a ampliação do debate sobre essas ameaças durante o evento da Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão).
Os radiodifusores reclamam que as operadoras de telecomunicações não teriam, por exemplo, restrições legais quanto à origem do seu capital, como é o caso das emissoras de rádio e TV que não podem ter sócios estrangeiros acima do limite de 30%.

No centro dessas discussões, segundo o superintendente da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), Ara Apkar Minassian, está o mercado publicitário, que representa cerca de 1,3% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro.

Ele avaliou que a preocupação dos radiodifusores está relacionada a uma possível mudança nos hábitos da população diante da transmissão de rádio e TV.

Ele lembrou que os mais de 70 milhões de telefones celulares em operação no país poderiam ser vistos como potenciais concorrentes desse setor.

Na distribuição da verba publicitária, as TVs abertas ficam com aproximadamente 58%, os jornais com 22%, as rádios com pouco mais de 5%, a internet com 2% e a TV por assinatura com 1%.

Segundo o superintendente, assim como as operadoras de telefonia podem transmitir informações, dados e imagens, podem também veicular publicidade, o que pode afetar o mercado de radiodifusão.

PATRÍCIA ZIMMERMANN
Folha Online

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *