No domingo retrasado (27), Renato Russo completou 45 anos. Apesar de Renato já estar morto há quase nove anos – ele morreu em outubro de 1996, vítima de aids -, sua música continua tão presente que é como se continuasse vivo. Renato foi um ícone da juventude da década de 80 e deixou um respeitável legado musical. Na liderança da banda Legião Urbana, ele cantou músicas que marcaram época, como Será, Eduardo e Mônica e Que País É Este?. O fenômeno Renato Russo/Legião Urbana é tão forte que até hoje os discos da banda figuram entre os de melhor vendagem. No ano passado, por exemplo, dois trabalhos da banda ficaram entre os dez mais vendidos: Como É Que se Diz Eu Te Amo, em sexto lugar, com 220 mil cópias vendidas, e Mais do Mesmo, em décimo, com 216 mil.
A idéia inicial de Luiz Fernando Borges era fazer um documentário sobre a vida do cantor e do Legião Urbana. “Em 1999, estive com os pais de Renato, ofereci a possibilidade de eles acompanharem as gravações e eles me autorizaram a fazer o filme”, conta Borges. Antônio Carlos da Fontoura só entrou no projeto depois. “Já conhecia e admirava o trabalho de Antônio. Ele gostou da idéia e se tornou meu parceiro”, diz Borges. Foi de Fontoura a idéia de contar a vida de Renato da adolescência ao primeiro show do Legião. “É um trecho pouco conhecido e muito impactante da vida dele. Assim, o filme fica mais jovem e mais para cima”, diz o diretor. Com esse enfoque, o episódio mais triste e trágico da vida de Renato Russo ficará de fora: a descoberta de que era portador do vírus da aids, em 1990, o que levou a sua morte, seis anos depois. Mas esse é o tipo de coisa que os fãs mais apaixonados – como os próprios autores do filme – preferem esquecer.
Tarso Araújo
Adriana Pittigliani