A empresa se beneficiou do aumento do preço da celulose em dólar no mercado internacional, que compensou: a) a valorização da taxa cambial no período, um dado fundamental numa empresa que apura boa parte de sua receita no exterior; b) a queda do preço líquido médio da celulose.
Segundo a própria Aracruz, um montante de 900 mil toneladas de celulose foi retirada permanentemente do mercado por conta do fechamento de unidades industriais.
A desvalorização do dólar teve um duplo efeito sobre o balanço da Aracruz, com impacto desfavorável sobre seu faturamento com exportações, mas melhorando o quadro pelo lado dos empréstimos em moeda estrangeira.
Parte desse efeito positivo pode ser visto no item das despesas financeiras líquidas, que caíram mais de 50% nos 12 meses: de R$ 73,6 milhões no primeiro trimestre de 2004 para R$ 34,8 milhões no mesmo período deste ano.
Produção recorde
A Aracruz registrou uma produção recorde de celulose no trimestre, com um volume de 661 mil toneladas, um acréscimo de 5% nos 12 meses. As vendas da commodity somaram 592 mil toneladas, num salto de 10% sobre o primeiro trimestre de 2004.
A companhia apurou uma receita líquida de R$ 791 milhões, número 7% superior ao resultado para os primeiros três meses do ano passado. O Ebitda (medida de geração de caixa) aumentou 8%, para R$ 391,3 milhões.
A maior parte da receita da Aracruz é apurada no exterior, tendo como principais destinos Estados Unidos e Europa. A participação do primeiro no volume de vendas aumentou de 21% para 36% do total, enquanto a fatia européia caiu de 47% para 44%. O continente asiático recebeu 17% das vendas de celulose da companhia, ante 30% no primeiro trimestre do ano passado.
A América Latina e o Brasil são os destinos de apenas 2% das vendas da Aracruz.
EPAMINONDAS NETO
Folha Online