Coube ao porta-voz do Vaticano, Joaquin Navarro-Valls, divulgar os detalhes da cerimônia fúnebre de João Paulo 2º. O enterro começa a partir das 10h (5h em Brasília), quando está prevista a realização de uma missa. Só depois o corpo será sepultado.
A partir das 20h (15h de Brasília) a basílica será aberta para visitação pública. Segundo Navarro-Valls, a basílica deve fechar entre 2h e 5h para manutenção do local e, no resto tempo, ficará aberta para a visitação de fiéis.
Enterro
Na sexta-feira, o funeral do papa será presidido pelo cardeal Joseph Ratzinger, que foi um dos mais próximos colaboradores de João Paulo 2º, chefe da Congregação pela Doutrina da Fé e dignitário do Colégio de Cardeais.
Depois, o corpo será enterrado na cripta dentro da basílica de São Pedro, onde estão outros papas. Navarro-Valls também disse que é possível que João Paulo 2º fique na tumba onde o papa João 23 ficou antes de ser trazido ao principal andar da basílica.
João 23, morto em 1963, foi retirado de sua tumba e levado para o outro pavilhão após a sua beatificação em 2000, por causa da grande quantidade de peregrinos que visitavam sua tumba.
Dois milhões de peregrinos e cerca de 200 personalidades do mundo inteiro, entre chefes de Estado, monarcas e ministros, são esperados em Roma para a despedida de João Paulo 2º.
Entre os que já confirmaram presença, estão os presidentes dos Estados Unidos, George W. Bush; do México, Vicente Fox; e do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva. O primeiro-ministro espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, também estará presente.
O governo italiano organizou um grande esquema de segurança, que inclui 6.500 agentes da polícia e fechou o espaço aéreo do Estado no dia do funeral.
Mais conforto
Na primeira reunião do Colégio de Cardeais após a morte do papa, também ficou decidido o novo sistema de votação para eleição do sucessor de João Paulo 2º. Trata-se da nova Constituição Apostólica, que foi assinada em 22 de fevereiro de 1996 pelo próprio papa.
A nova Constituição fará com que os cardeais agora tenham mais conforto para eleger o 263º papa desde São Pedro. Até a eleição de João Paulo 2º, eles passavam dias confinados na capela Sistina dormindo precariamente em poltronas, cadeiras e mesmo no chão.
Desta vez, os 117 cardeais, que escolhem o novo papa e ao mesmo tempo são candidatos, terão aposentos. Eles se dirigirão à capela somente para discussões e a votação em si.
A previsão é de que o processo eleitoral dure no máximo 20 dias. Todos os presentes ao Conclave (dos cardeais ao mais humilde funcionário, que serve café ou faz a limpeza) terão de fazer juramento de que guardarão segredo sobre as deliberações.
RICARDO FELTRIN
Folha Online