Morre Terri Schiavo, pivô de disputa judicial nos EUA

Terri Schiavo, uma americana com graves lesões cerebrais que foi pivô de uma disputa judicial nos Estados Unidos, morreu nesta quinta-feira aos 41 anos.
Schiavo morreu depois de sucessivas tentativas dos seus pais de obter na Justiça o direito de reinserir nela o tubo de alimentação que a mantinha viva, em estado vegetativo.
O presidente americano, George W. Bush, expressou suas condolências à família e pediu a todos que apoiaram os pais de Schiavo que continuassem a tentar construir o que ele descreveu como uma “cultura da vida”.
Bush, que é um cristão praticante, disse que em situações difíceis como o caso Schiavo, o primeiro instinto deve ser sempre a favor da vida, afirmando que os fortes têm o dever de proteger os fracos.

Recentemente, o presidente americano tentou intervir em defesa de Terri Schiavo.

Na quarta-feira, a Suprema Corte americana havia rejeitado um novo apelo dos pais em favor da filha. Essa foi a sexta vez, desde 2000, que a Suprema Corte se recusou a intervir no caso.

Isso levou o presidente americano, George W. Bush, e o Congresso dos Estados Unidos a se manifestarem, dando apoio aos pais da paciente.

No dia 20 de março, Bush interrompeu suas férias para sancionar uma lei determinando que um tribunal federal revisasse o caso de Schiavo. Na ocasião, o presidente disse que a medida era necessária para defender a vida.

Estado vegetativo

O tubo foi retirado da paciente no dia 18 de março e a expectativa era que ela morresse em alguns dias se não voltasse a ter o tubo inserido.

Há sete anos a situação de Terri Schiavo provocava uma batalha envolvendo de um lado os pais de Schiavo, Mary e Bob Schindler, e do outro o marido, Michael.

Schiavo
A americana antes do problema

Os pais alegavam que Terri continuava respondendo a estímulos e queriam mantê-la viva artificialmente na esperança de uma cura, embora médicos indicados pela Justiça tenham dito que ela não iria se recuperar.

Já o marido, Michael, vinha defendendo que ela morresse, alegando que a paciente não desejaria viver no precário estado de saúde em que se encontrava.

Terri Schiavo vivia em estado vegetativo desde que sofreu uma parada cardíaca, há 15 anos.

Há dois anos, Schiavo sobreviveu por seis dias quando os tubos foram retirados, numa disputa judicial semelhante, até que fossem recolocados depois da intervenção de políticos da Flórida.

Exame

Os pais e o marido de Schiavo concordaram, no início da semana, em realizar uma autópsia em seu corpo – para avaliar a gravidade da lesão cerebral.

O advogado de Michael disse que seu cliente quer mostrar à opinião pública a gravidade da lesão, o que justificaria a morte de Schiavo.

Já os pais pretendem provar o contrário com o exame: que a filha ainda tinha o direito de viver.

BBC BRASIL

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