O vírus – que causa febre, vômitos e sangramento – se manifestou primeiramente na província Uige, ao norte do país, em outubro do ano passado, e agora se espalha pela capital Luanda.
Um ministro da Saúde que visitou Uige descreveu a situação como “crítica”.
O número de pessoas hospitalizadas com o vírus também aumentou de cinco para 132, incluindo um cidadão português e uma menina de 12 anos em Luanda.
A epidemia já se aproxima da mais fatal registrada até hoje, quando 123 pessoas morreram na República Democrática do Congo, entre 1998 e 2000.
A Netcare Travel Clinic, baseada na África do Sul, disse que as pessoas devem evitar viajar para Angola por pelo menos uma semana.
O porta-voz da entidade, Andrew Jamieson, disse à agência de notícias AFP que muitas pessoas, incluindo expatriados, estavam pensando em retirar suas famílias do país.
Autoridades de agências de ajuda humanitária e da Organização das Nações Unidas, a ONU, estão trabalhando com o governo angolano para conter o vírus.
O vice-ministro da Saúde Jose Van-Dumen disse à AFP que a situação é crítica.
“Isso é extremamente sério – são necessárias medidas preventivas enérgicas para conter o alastramento da doença de Marburg”, disse ele.
Uma mulher grávida foi a primeira vítima do vírus na província Cabinda, ao norte de Angola, para onde foi depois de sair de Uige.
O vírus foi identificado em 1967 por funcionários de um laboratório na Europa, que realizavam trabalhos com macacos.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a OMS, três quartos das vítimas do vírus têm sido crianças.
A União Européia anunciou na semana passada que vai doar US$ 650 mil (o equivalente a R$ 1,7 milhão) para combater a doença.
Os primeiros sintomas do Marburg são diarréia, dor de estômago, náusea e vômito. Enquanto se desenvolve, os pacientes podem sofrer dores no peito, graves sangramentos internos e, eventualmente, morrer.
BBC BRASIL