Trazido da Amazônia em 1746, o cacau foi o grande – talvez o único – responsável pelo crescimento econômico da região Sul da Bahia. 600 mil hectares do fruto produziam 40 mil toneladas por ano. Cultivado sobre a sombra de árvores frontosas, o cacau ajudou a preservar a Mata Atlântica e a transformar o porto de Ilhéus em um dos maiores exportadores do país. Mas toda a riqueza de uma região estava ameaçada. Em 1989, uma doença chamada Vassoura de Bruxa começa a atormentar os produtores.
A produção no estado caiu para menos da metade, o número de produtores despencou e o desemprego bateu recorde. Cerca de 250 mil trabalhadores rurais foram demitidos.
A doença pegou de surpresa os pesquisadores da Ceplac. A primeira providência foi destruir as plantas contaminadas. O chamado rebaixamento de copas não trouxe resultado.
Ricardo, filho de um dos grandes produtores da região, conheceu de perto a crise. Na fazenda de 400 hectares, a produção caiu de oito mil para menos de mil arrobas de cacau por ano.
De lá para cá, as pesquisas para revitalizar a lavoura cacaueira não pararam. Plantios consorciados com outras culturas e a clonagem do fruto, promovidos pela Ceplac, foram e são as principais fontes de recuperação econômica da região.
Hoje, o cacau clonado ocupa aproximadamente cem mil hectares do Sul da Bahia e traz boas expectativas para o produtor que acreditou na alternativa.
Nos últimos anos, a lavoura cacaueira começou a traçar uma nova história. O produtor aprendeu a conviver com a Vassoura de Bruxa e a se preparar para os novos desafios.
Reportagem: Carolina Rosa
Bahia Rural