A reportagem entrou em contato com os departamentos de marketing e de retenção de clientes das três empresas e negociou descontos e vantagens na mudança de uma operadora para a outra.
Além do abatimento, a empresa chegou a oferecer um celular gratuitamente (modelo à livre escolha), dependendo do plano contratado, ou desconto de 60% no aparelho, com o saldo de 40% restante parcelado em seis vezes sem juros na fatura mensal.
Ainda para não perder o cliente, a Vivo propôs um pacote de 240 minutos mensais por R$ 112,90 –na tabela, o preço é de R$ 154,90– e um de 150 minutos por R$ 74,90, enquanto o preço normal anunciado seria de R$ 124.
Já a Claro ofereceu desconto de R$ 10 sobre os planos das demais empresas, deu um aparelho Motorola V600, que no mercado custa, em média, R$ 1.199, e propôs um bônus de R$ 300 em ligações locais para outro celular da Claro.
Mais comedida, a TIM, que tem 13,6 milhões de usuários e está presente em todo o país, ofereceu um aparelho gratuito e se propôs a cobrir a oferta da concorrência, sem citar um plano específico. A reportagem apurou que a margem de negociação da operadora é de 50% para os pacotes de tarifas.
Concorrência predatória
Para a SDE (Secretaria de Direito Econômico), órgão vinculado ao Ministério da Justiça, responsável pela regulação de mercado, as empresas não praticam concorrência predatória ao atrair clientes da concorrência com ofertas. A violação das leis de mercado, diz a secretaria, haveria se uma das operadoras oferecem tarifas abaixo do preço de custo.
O Cade (Conselho Administrativo de Direito Econômico), que julga as ações da SDE, diz que não há nenhum processo em andamento de uma operadora contra a outra. Já a Anatel, agência reguladora do setor, diz que a prática é livre concorrência e que todas as empresas ligam para os clientes das outras com ofertas.
VINICIUS QUEIROZ GALVÃO
Agora São Paulo