“Meu objetivo é quebrar meu recorde pessoal [2h08min31s]. Treinei bem e acredito que estou até melhor do que antes da Olimpíada de Atenas”, disse Vanderlei.
Será a primeira vez que o fundista disputa uma prova de 42,195 km desde que foi abalroado pelo irlandês Cornelius Horan no 36º km da maratona olímpica. Apesar de perder a liderança, ele teve fôlego para conquistar o bronze.
Para correr no Japão, o brasileiro recebeu entre US$ 100 mil e US$ 150 mil. O holandês, porém, mantém segredo sobre os valores dos cachês.
“Posso dizer que hoje ele é o terceiro ou quarto mais alto da Global Sports. Está só um pouco abaixo do que Haile Gebrselassie [bicampeão olímpico nos 10.000 m] ganhará para correr a Maratona de Londres”, relata Hermens, cuja empresa cuida dos interesses de 120 competidores de 27 países.
Em 1996, quando ainda era um desconhecido no Japão, Vanderlei recebeu US$ 10 mil para disputar a Maratona de Tóquio, uma das principais do país.
Foi o início de sua fama no Japão. O duelo travado com Antonio Pinto no estádio Olímpico da capital empolgou o público.
Eles atingiram a linha de chegada praticamente juntos, mas Vanderlei levou a melhor sobre o português, que se tornaria, quatro anos depois, o primeiro tricampeão da Maratona de Londres.
“Acho que ele terá tanta torcida quanto os japoneses”, acredita o treinador Ricardo D’Angelo.
Não é exagero. Desde o feito olímpico, Vanderlei já foi procurado no Brasil por pelo menos duas emissoras de TV do Japão.
Junichiro Koizumi, primeiro-ministro do país, pediu ao presidente Lula a presença do corredor em cerimônia oficial em Brasília e se deliciou ao vê-lo repetir o gesto de aviãozinho que fez ao atingir a linha de chegada no estádio Panathinaiko, em Atenas. “Ele causou grande comoção entre os japoneses”, disse Koizumi, na ocasião.
Em sua primeira visita ao Japão, desde então, o brasileiro atraiu mais atenção do que seus rivais. Seis deles possuem marca pessoal melhor do que a de Vanderlei. Os destaques são os quenianos Joseph Riri (2h06min49s) e Vincent Kipsos (2h06min52s) e o japonês Atsushi Fujita (2h06min51s).
Folha de S.Paulo