Farmacêutica lidera ranking de salários; varejo é o último

Entre 16 setores da economia, 10 pagaram salários acima da média em 2004, segundo relatório da consultoria Hay Group apresentado ontem.
Entre aqueles que desembolsaram menos estão empresas altamente lucrativas (como bancos e seguradoras) e outras que viveram alguma recuperação no ano passado (como redes de varejo e grupos de comunicação).
A média salarial dos setores verificados foi de R$ 4.410. Ela é considerada elevada para níveis salariais brasileiros –dos 143 milhões de brasileiros (dados de 2003), 33 milhões ganham até um salário mínimo.
Para chegar a esse resultado, a consultoria obteve dados sobre salários de diferentes cargos em 150 empresas com faturamento anual acima de R$ 100 milhões. Com base nos números apresentados, verificou a média salarial em cada setor e, conseqüentemente, a média geral das categorias analisadas. Com isso pôde fazer a comparação. Os dados foram coletados a pedido da revista “Supermercado Moderno”.
O valor é alto porque levou em conta não só o salário de pessoas do chão de fábrica como o da direção, o que pode “turbinar” a amostra.
Os empregados da área farmacêutica ganham, em média, 30% acima do valor
médio (R$ 4.410) das categorias analisadas. O grupo dos funcionários do comércio, que estão na outra ponta da tabela, tem o pior resultado: recebem 29% abaixo da média.
Maior empregador do país, com cerca 720 mil empregados, a folha de pagamento do setor varejista chega a responder por 70% dos custos operacionais e por 10% do faturamento bruto das redes. Como boa parte dos empregados forma uma mão-de-obra não-especializada, e, portanto, muito barata, ao comparar a área de comércio com outros setores o segmento fica na lanterna.
Os bancos e seguradoras, que registram elevados lucros e batem recorde de resultados há anos, também pagam salários abaixo da média.
“Desde o final dos anos 1990, a categoria não teve aumento real de salário. Em 2004 que ganhamos essa elevação. Então perdemos muito poder de compra”, diz Luiz Claudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo. Há 106 mil bancários no Estado com salário médio de R$ 2.200.
Por outro lado, na ponta do ranking estão as empresas da área farmacêutica e química, que repetem o desempenho do relatório anterior da Hay Group, com dados de 2003.
Com alta de 2,6% no volume de contratações em 2004 –a primeira elevação desde 2000–, os laboratórios contrataram mais no ano passado e pagaram melhor. Pelos dados, o salário médio está 30% acima da média geral. Boa parte dos cargos na área é ocupada por funcionários com nível superior, e há uma necessidade de ter profissionais especializados nas companhias.

Folha de S.Paulo

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