A crise entre os Poderes Executivo e Legislativo ganhou mais um episódio ontem pela manhã, em Ilhéus. O prefeito Valderico Reis (PMDB) não recebeu em audiência, pela segunda vez em menos de uma semana, o presidente da Câmara, Raimundo Veloso (PDT), que desta vez foi ao Palácio Paranaguá acompanhado de mais oito vereadores e dos diretores da Santa Casa de Misericórdia, para buscar uma solução para a crise que toma conta do Hospital São José e que resultou no fechamento da única Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do município. A primeira audiência – programada para antes do carnaval – não havia acontecido e o presidente, naquela oportunidade, se irritou com o que considerou “falta de respeito com o Legislativo”, por não ter sido avisado previamente do cancelamento. “Fiquei sabendo porque a minha secretária ligou e foi informada da mudança de data”. O encontro voltou a ser remarcado para ontem e, mais uma vez, Veloso foi comunicado do cancelamento, quando já se encontrava no Palácio Paranaguá, ao lado de toda a comitiva.
Segundo assessores do prefeito, o novo cancelamento deveu-se ao fato de Valderico Reis já ter, anteriormente, agendado exames médicos de rotina em Itabuna. A notícia provocou uma reação de revolta entre os vereadores e serviu para alimentar a primeira grande crise política em Ilhéus, desde o início do atual mandato. “Se o prefeito não tem competência pra governar, que renuncie”, declarou o presidente Raimundo Veloso. Para o vereador Joabs Ribeiro (PP), a postura do prefeito representa um total desrespeito com o Poder Legislativo e com parte importante da sociedade civil organizada. “Uma vergonha”, na avaliação dele. “A partir de hoje estaremos viabilizando um movimento suprapartidário, no sentido de permitir a reabertura da UTI, que é um patrimônio de Ilhéus e da região sul da Bahia”, avalia a vereadora Carmelita Ângela (PT). “A solução tem que ser urgente. Este problema não pode ser encarado como uma questão política”, completa Alcides Kurschewsky (PMN). Já o vereador Marcus Paiva (PSDB) e Reinaldo Oliveira (PPS) condenaram a atitude do prefeito e disseram que o assunto tem que ser logo resolvido, diante da gravidade do fechamento da UTI. Ainda formavam a comitiva do Legislativo, os vereadores Egídio Alves (PRP), Maria de Lourdes (PL) e Antônio Edson (PPS).
O presidente da Câmara, Raimundo Veloso, disse, em seu gabinete, que já está tentando viabilizar uma audiência em Salvador, com o governador Paulo Souto e com o secretário estadual de Saúde, José Antônio Rodrigues Alves. “Não podemos permitir que uma cidade com 250 mil habitantes fique sem a sua UTI. Seria uma irresponsabilidade da nossa parte, como representantes legítimos desta população, permitir este fechamento”, afirma. A Câmara de Ilhéus vai promover ainda este mês, uma Sessão Especial para debater a crise na saúde pública de Ilhéus. Um requerimento nesse sentido será assinado por todos os 13 vereadores que compõem o atual legislativo
O presidente da Câmara, Raimundo Veloso, disse, em seu gabinete, que já está tentando viabilizar uma audiência em Salvador, com o governador Paulo Souto e com o secretário estadual de Saúde, José Antônio Rodrigues Alves. “Não podemos permitir que uma cidade com 250 mil habitantes fique sem a sua UTI. Seria uma irresponsabilidade da nossa parte, como representantes legítimos desta população, permitir este fechamento”, afirma. A Câmara de Ilhéus vai promover ainda este mês, uma Sessão Especial para debater a crise na saúde pública de Ilhéus. Um requerimento nesse sentido será assinado por todos os 13 vereadores que compõem o atual legislativo