Marley, que celebraria seu 60º aniversário no domingo (6 de fevereiro), morreu aos 36 anos em 1981, deixando um impressionante legado musical que continua a influenciar os principais artistas do mundo até hoje.

Marley foi o filho mais conhecido da Jamaica e o primeiro verdadeiro ‘superstar’ a surgir no mundo em desenvolvimento, num subúrbio pobre de Kingston.
Robert Nesta Marley nasceu em 6 de fevereiro de 1945, filho de uma jovem negra, Cedella Booker, então com 18 anos, e do capitão Norval Marley, um britânico branco de 50 anos que trabalhava como intendente subordinado ao Regimento Britânico da Índia Ocidental.
Depois de se iniciar na música ska e de gravar algumas canções em 1962, Marley formou com outros cinco músicos o grupo The Wailers, em 1963.
Bob Marley and The Wailers, que incluia Bunny Livingston e Peter Tosh, se tornou ao longo dos 20 anos seguintes o grande responsável pela ampla aceitação do reggae pela mídia.
Inicialmente assinaram contrato com o Studio One, mas em 1966 Marley, que se casou com sua namorada, Rita, deixou a Jamaica para uma curta viagem aos Estados Unidos, onde sua mãe morava.
Foi ao voltar, em outubro daquele ano, que ele abraçou a religião Rastafári, que tem como líder espiritual o ex-imperador etíope Haile Selassie, conhecido como Ras Tafari.
Marley foi de fato um missionário dos Rastas, pregando paz e irmandade para toda a humanidade. Mais tarde, ele foi batizado na Igreja Ortodoxa etíope com o nome de Berhane Selassie.
Embora a religião Rastafári fosse uma combinação do Cristianismo e do Judaísmo, era polêmica por defender o uso da maconha como rito religioso. Era proibido aos seguidores cortar o cabelo e ingerir bebidas alcoólicas.
Em 1972, Marley assinou contrato com o selo Chris Blackwell’s Island Records, altamente influente e inovativo, que impulsionou vários artistas de sucessos, entre os quais Genesis e John Martyn.
Naquela época, a fama de Marley tinha se espalhado pela Jamaica, mas ele continuava desconhecido na cena internacional.
Isto mudou com o lançamento de “Catch a Fire”, o primeiro álbum dos Wailers a ser lançado fora da Jamaica, que foi aclamado internacionalmente. O sucesso se seguiu, um ano depois, com “Burnin'”, que continha o hit “I Shot the Sheriff.”
Bunny Wailer e Peter Tosh deixaram o grupo, mas a esposa de Bob, Rita, entrou depois. Em 1974, o lançamento do álbum “Natty Dread”, que continua outro hit da banda, “No Woman, No Cry”, levou-os ao sucesso.
Quanto mais mergulhava na religião rastafári, mais as canções de Marley se voltavam para temas de justiça social, tais como “Get up, Stand up”.
Em 1976, ele foi ferido com um tiro no que se acredita que tenha sido um ataque motivado por política, em meio a um clima de agitação que dominava a Jamaica na época, mas esta hipótese nunca foi provada.
No ano seguinte, Marley descobriu um ferimento no dedão do pé direito e pensou que tivesse sido causado durante uma partida de futebol. Mas um exame de rotina revelou que ele tinha uma forma de câncer de pele se desenvolvendo debaixo da unha.
Devido à sua fé, ele inicialmente recusou se tratar. Em 1980, se apresentou pela primeira vez na África e participou das celebrações pela independência do Zimbábue.
Mas ao fim daquele ano, durante uma série de concertos em Nova York, ele desmaiou. Procurou ajuda, mas então já era tarde pois o câncer tinha se espalhado para o cérebro, os pulmões e o fígado.
Em seu último álbum, “Uprising”, está a triste “Redemption Song”, que ele canta sozinho com sua guitarra. E então ele sucumbiu à doença. Magérrimo e com os cabelos curtos que em nada lembravam seus famosos dreadlocks, Marley morreu em 11 de maio de 1981.
Mas sua morte precoce lhe garantiu um lugar entre as lendárias personalidades da música popular que se destacaram no século 20, como Elvis Presley e Jim Morrison, e a eternidade, através de sua música e de sua figura estampada em milhares de camisetas e pôsters em todo o mundo.