O Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região marcou para às 14:30 do dia 21 de fevereiro, na sede da 1ª Vara da Justiça do Trabalho de Ilhéus, o leilão do patrimônio da Itabuna Indústria S/A – Itaisa. De acordo com o edital, ficará com os bens da indústria quem desembolsar R$ 12 milhões.
Vão a leilão uma área de 115.300 m2 que fica no Distrito Industrial de Ilhéus, galpões, depósito de estocagem, equipamentos e mobiliários.
Segundo o TRT, não poderão ser leiloados duas prensas de cacau, um vaso de expansão e um secador de passagem contínua. Esses equipamentos estão alienados aos bancos do Brasil, do Nordeste e ao extinto Excel Econômico.
Essa é a 5ª vez que a Justiça marca o leilão dos bens da Itaisa. Nas tentativas anteriores o Sistema Copercacau, que era o maior acionista da indústria, conseguiu embargar o leilão na Justiça.
Para isso, os representantes da Capercacau utilizaram várias manobras jurídicas só para ganhar tempo.
“Enquanto isso os trabalhadores foram abandonados”, reclama o vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Alimentação de Itabuna, Ilhéus e Uruçuca, Luiz Fernandes.
Como a decisão é de última instância, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), o leilão do dia 21 de fevereiro só não ocorrerá se não aparecer interessados.
Caso não haja arrematador dos bens da indústria, um novo leilão será marcado para o dia 5 de maio. “Não havendo comprador, vamos adjudicar (trocar os créditos trabalhistas pelo patrimônio da empresa)”, explica Luiz Fernandes.
História
A Itaisa, que era uma das principais indústrias do setor de moagem de cacau no sul da Bahia, foi fechada após lenta agonia, há mais de 13 anos, depois de enfrentar uma grave crise financeira.
A indústria empregava mais de 170 funcionários, dos quais 135 lutam até hoje para receber as indenizações, direitos trabalhistas, férias e salários atrasados. Outros cinco morreram antes de vencida a batalha judicial.
Além de não pagar as indenizações trabalhistas, os diretores do Sistema Capercacau, responsáveis pelo funcionamento da Itaisa, são acusados de desviar mais de R$ 2 milhões, que teriam sido arrecadados com os aluguéis dos galpões localizados no Distrito Industrial de Ilhéus.
“Além desse dinheiro, o pessoal que se dizia responsável pelos bens da Itaisa terá que prestar conta de tudo o que está no inventário”, diz o sindicalista.
A REGIÃO