A Secretaria de Saúde de Ilhéus recebeu, na quinta-feira (27), o primeiro lote de medicamentos para abastecer os postos de saúde do município e já começou a tomar as providências necessárias para resolver os principais problemas referentes à estocagem e distribuição dos remédios. Uma das medidas determinadas pela Secretaria é a desativação do almoxarifado da Unidade de Produção de Medicamentos (Farmácia do Povo).

Interditada em 2003 pela Anvisa, após a constatação de diversas irregularidades – inclusive a fabricação de remédios com insumos vencidos – a farmácia continua funcionando apenas para comercialização de produtos. No entanto, ainda se encontram no almoxarifado 37 mil caixas de remédios com prazo de validade ultrapassado. “Todo esse material será destruído, o que já deveria ter sido feito há muito tempo”, afirma a secretária Vera Jasmineiro.

O descaso com a saúde do município e o desperdício de dinheiro público ficaram evidentes na forma como foram encontrados os medicamentos. Apenas do antibiótico Zitamax, que custa em média R$ 47,00 a cartela com três comprimidos, deixou-se perder 440 caixas. Indignada com o que viu, a secretária disse que “nada pode justificar tanto abandono”. Para aumentar o controle na estocagem e distribuição dos medicamentos, o prefeito Valderico Reis determinou que todos os produtos sejam armazenados no almoxarifado da Unidade de Saúde Herval Soledade, no Pontal.

A unidade está sendo recuperada para esta finalidade, já que também foi deixada em estado de abandono pela gestão passada. Segundo técnicos da Secretaria de Saúde, os arquivos e programas de controle de estoque de remédios foram apagados dos computadores. As prateleiras estavam vazias e havia remédios junto a peças de veículos, em salas úmidas e sem ventilação.