…..Devido à sua privilegiada localização geográfica, foi cenário de inúmeros ataques de esquadras francesas e holandesas, verdadeira zona franca de corsários e piratas durante o período colonial. Morro de São Paulo protegia a chamada “barra falsa da Baía de Todos os Santos”, entrada estratégica para o Canal de Itaparica até o Forte de Santo Antônio (Farol da Barra, hoje um dos cartões postais da capital baiana). Além disso, o canal de Tinharé era essencial para o escoamento da produção dos principais centros para o abastecimento de Salvador.
…..Foi em 1630 que a ilha passou a abrigar um forte destinado a tal defesa e, ainda na primeira metade do século XVII, uma capela, a igreja Nossa Senhora da Luz.
…..A APA Tinhare-Boipeba foi criada em junho de 1992 e abrange 433 km², compreendendo os distritos de Galeão e Gamboa, e as vilas de Morro de São Paulo, Garapuá, São Sebastião (também conhecida como Cova da Onça), Moreré e Canavieiras. A área de Proteção Ambiental oferece um rico ecossistema estuarino, dotado de manguezal, restinga e remanescentes de Mata Atlântica; possui relevo do tipo planície costeira, associado à Mata Atlântica, morros, recifes, canais e ilhas. A fauna é bastante diversificada, com destaque para as aves migratórias.
Cronologia
1531 Martim Afonso de Sousa desembarca na Ilha de Tinharé. Começa o processo de colonização local.
1535 é fundada a vila de Morro de São Paulo, por Francisco Romero(Donatário da Capitania de São Jorge dos Ilhéus) e população local.

MORRO DE SÃO PAULO FOI A PRIMEIRA PARADA DA ESQUADRA DE FRANCISCO ROMERO, 1º DONATÁRIO DA CAPITANIA DE SÃO JORGE DOS ILHÉUS
1628 há ataque e saqueamento à vila, liderados pelo almirante holandês Pieter Pieterzoon Hiyn
1630 O Governador Geral Diogo Luiz de Oliveira inicia a construção da Fortaleza do Morro de São Paulo, o Forte.
1728 Término da construção do Forte da Ponta e cortinas de muralha ao longo da ilha. Derrota do Almirante francês Villegaignon pelas tropas lusitanas.
1746 Construção da Fonte Grande, o maior sistema de abastecimento de água da Bahia colonial.
1845 Conclusão das obras da Igreja e Convento Santo Antônio, a Capela de Nossa Senhora da Luz.
1855 Finalizadas as obras do Farol.
1859 Visita da Família Real e D. Pedro II.
Antes de estourar o turismo na ilha, na década de 80, o local era freqüentado por hippies e mochileiros (década de 70) e famílias baianas vindas de cidades como Salvador, Valença, Ilhéus etc – elas ficavam acampadas na grama da praça Aureliano Lima e na rua Caminho da praia. Já os mochileiros e hippies viviam em plena harmonia na Segunda praia e, acredite, os locais trancavam portas e janelas que hoje são abertas para todo mundo, do mundo todo.
Morro de São Paulo sem nenhuma dúvida é a maior ressaca do Brasil! Depois que todos os carros de som, passam pela praça Castro Alves, todos se deslocam pra lá, e não é difícil saber porque!
….Ruas de areia, nenhum carro, praias de águas mornas e cristalinas, pores-do-sol inesquecíveis, cantar de pássaros, micos a correr pelos fios da rede elétrica… uma ilha (longe do continente pelo menos meia hora), tranqüilidade… e agito, muito agito!
…..Basta ter São Paulo no nome – Cosmopolita; um mix de raças, cores e idiomas numa ilha baiana.
…..Diferentemente da cidade paulista, o anonimato em Morro é dos mais positivos. Lá é você e tudo o que o lugar pode lhe oferecer: natureza exuberante, atividades ao ar livre, bons papos com nativos e com uma infinidade de pessoas de todos os cantos do mundo (uma boa também pra praticar seu inglês enferrujado) e também de alguns Estados do país – é o grande vai e vem de mochilões!!!
…..À noite podem rolar boas baladas. A animação (quase que diária) fica na Segunda praia, no Ibiza e Caitá (bares com pequenas pistas de dança em plena praia) ou na Toca do Morcego (bar com pista de dança) este, no caminho para o Farol, cartão postal de Morro de São Paulo.
.O “pique” para as festas é de impressionar o mais animado dos seres. A resposta para o “- Quando tem festa por aqui?” é sempre “- Hoje!”. Não é a toa que chamam a Bahia de terra da alegria! E olha que passamos por lá em uma época considerada de baixa. Já deu pra imaginar como aquilo ferve no verão; além do agito, Morro fica como a São Paulo paulistana, intransitável (de pedestres, menos mau!) O pessoal que vive no local parecia não estar muito feliz com a baixa (menos dinheiro entrando), mas pode acreditar, a época é o paraíso para a turma da mochila (menos aglomerações e algumas coisa mais baratas, por exemplo).
…..Depois de soltar as bruxas na noite e beber “umas parciais”, na manhã seguinte o sol e mar transparente lhe chamam para bons mergulho (Terceira e Quarta praias) e caminhadas pela areia clara das praias ou no sobe e desce das ladeiras do Morro, ou ainda, rumo às atrações turísticas como o Farol (mirante – 1835), e o Forte (1630) em ruínas. Nelas o por-do-sol é um grande espetáculo e se você estiver com sorte, alguns golfinhos podem saudá-lo.
…..Se numa quarta-feira você estiver no Morro não deixe de ir ao Teatro, no Morro da Mangaba. Por lá há música ao vivo, danças, shows e eventualmente exposições de arte, inclusive com trabalhos de artistas plásticos que vivem na ilha. Pra quem quer um pouco de adrenalina, a Tirolesa do alto do Farol às águas da Primeira praia é a pedida (são 400m de cabo a 57m do chão).
…..E tem mais, além das praias Primeira (digamos mais “urbana”), Segunda (a dos agitos noturnos) e Terceira (mais tranqüila em relação às citadas), se a maré estiver baixa você pode ir caminhando até o povoado da Gamboa; são no mínimo 40 minutos por uma seqüência de pequenas praias. É possível chegar à Gamboa também em barcos ou tratores (como os locais o fazem). Na Gamboa vivem muitos pescadores e mais nativos do que no Morro e há muito menos agitação se comparada a ele.
…..Mas também é possível encontrar praias tranqüilas no Morro. Seguindo a pé, a partir da Primeira praia, chega-se à Quarta praia, onde há piscinas naturais e, mais adiante, na semideserta Quinta praia, também conhecida como Praia do Encanto, excelente para banho. Outra dica é a Prainha do Forte na maré baixa – sentado nas pedras, sossego… é pra curtir a paisagem e pensar na vida ou curtir um love!
Pra unir o útil ao agradável, contrate passeio ou barco para visitar Boipeba, ilha ao sul da de Tinharé (onde ficam os distritos Morro de São Paulo e Gamboa, ambas ao norte). Lá irá encontrar muito sossego e praias praticamente desertas como a Cueira e a Bainema ou Tassimirim e Moreré, onde há recifes de corais. Já na Ponta
dos Castelhanos há fazendas de coqueiros e um naufrágio.
Com relação às praias de Boipeba, os barcos partem da Boca da Barra (Foz do rio do Inferno), já nesta ilha.
…..Se seguir para as praias citadas, a pé levará de 30 minutos a 3:30 horas de uma para a outra; de barco isso cai para 1:30 hora (com relação a mais distante) e você já terá guia incluso – fundamental em território desconhecido!
…..Há passeios para Boipeba, que incluem atrações ao sul da ilha de Tinharé, como parada nas piscinas naturais de Garapuá e passagem pela Praia do Pontal; ainda é possível dar uma passada em Cairu, na ilha homônima, a sudoeste de Tinharé. Cairu é o segundo núcleo de povoamento do Brasil (o primeiro é Porto Seguro) e abriga
construções colonias e o mais antigo convento do país.
Silnei Laise / Mochila Brasil