EDUCAÇÃO AMBIENTAL É A PRIORIDADE DA MARAMATA

A Universidade Livre do Mar e da Mata ; Maramata -, cujo Campus Espumas Flutuantes está instalado na enseada do Pontal, em Ilhéus, freqüentado por ambientalistas, estudantes, pescadores, pessoas da comunidade ilheense e mais de 12 mil visitantes do país e do exterior, nasceu a partir da premissa constitucional de que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
O projeto representa, segundo o professor Soane Nazaré, responsável pela sua implementação, a consagração do ideal de que cabe ao estado, no caso a prefeitura de Ilhéus, em parceria com a comunidade, a tarefa de preservar o meio ambiente e; por isso mesmo somos um dos primeiros municípios do país a assumir a responsabilidade de cumprir a constituição, assumindo uma responsabilidade do estado.
Para ele, o artigo constitucional é tão importante, que serve de referência e está citado numa placa comemorativa, no marco inaugural do campus da Maramata, um prédio amplo, em estilo rústico, no centro de uma praça na antiga invasão de Nova Brasília, que se transformou numa área urbanizada e com boa infra-estrutura, com ruas amplas, pavimentadas e iluminadas.

Ele conta que tudo começou, quando o prefeito Jabes Ribeiro, durante uma
reunião da Conservation Internacional (CI), no Hotel Transamérica, em Comandatuba, em fevereiro de 1997, e que foi realizada em paralelo ao lançamento do Prêmio Henry Ford de Conservação Ambiental, anunciou para um grupo de ambientalistas o propósito de criar a Universidade Livre do Mar e da Mata, um projeto que cresceu, frutificou através de projetos específicos e ações de educação ambiental, o que inclui o Museu do Mar e da Capitania.
PROPOSTA- Soane Nazaré destaca com orgulho, que a criação da Maramata foi uma idéia que me impus como desafio da História e da minha própria história, com as inquietações de morador deste planeta, e ao mesmo tempo agregou à proposta a sua experiência no universo acadêmico, uma vez que atuou como um dos responsáveis pela criação da Faculdade de Direito de Ilhéus e implantação Universidade Estadual de Santa Cruz, que resultou da antiga Fespi, cujo campus, localizado no quilômetro 17 da rodovia BR 415, trecho Ilhéus-Itabuna, leva o seu nome.
Destaca como primeiro grande desafio da Maramata, a elaboração da Agenda 21 de Ilhéus, considerada a expressão maior de preparação para os programas de meio ambiente oriundos da Eco-92. Seguiram-se então a sua revisão e a edição de um livro que serviu como roteiro de propostas para as ações do governo municipal e da iniciativa privada. A proposta teve desdobramento com a confecção da Cartilha da Agenda 21, um trabalho da Maramata em
parceria com diversos organismos ilheenses, o terceiro setor e a comunidade científica, além do Conselho Municipal do Meio Ambiente Condema.
Entre as ações realizadas, ele cita o Projeto Meninos Guerreiros do Mar e da Mata, congregando garotos do entorno para aulas vivas de educação ambiental em todos os níveis, inclusive profissionalizante, como jardinagem, informante mirim, tratamento dos resíduos sólidos, dente outras atividades, e destaca também projetos de educação ambiental, com vistas à sustentabilidade, que foram concebidos visando a expansão de conhecimentos através dos meios de comunicação e com o apoio de novos meios como a rede mundial de computadores.
O educador aponta ainda como referenciais de mobilização comunitária as Canoagens ao Mato Virgem, em que pescadores e canoeiros são os agentes primeiros de uma festa, no grande pavilhão de aulas que são os estuários, rios e manguezais, ou seja, a própria natureza, enfatizou. Assim, também, estão as Cavalgadas Ecológicas na Pista de Magali, que reconstituem o roteiro por onde Sebastião Magali, que em 1907 invadiu Ilhéus, com apoio de um grupo de mercenários americanos, foi perseguido pelo povo e, afinal, preso.
A Universidade Livre do Mar e da Mata também investiu, segundo ele, no debate da questão da devastação da Mata Atlântica, da destruição dos manguezais e simultaneamente promoveu cursos de Alternativas Alimentares; e de Suplementação Alimentar nas escolas do Teotônio Vilela. Mas, sem dúvida, cabe destaque a criação do Museu do Mar da Capitania, criado com o objetivo de garantir a preservação da memória regional e que hoje tem um acervo de mais de mil peças, a maioria delas doada por pessoas da comunidade, sensibilizadas com a dimensão do projeto, que teve avanços significativos ao longo dos anos e se consolida.
A idéia, segundo o professor, é conseguir junto ao governo do estado a desapropriação do imóvel ocupado pelo museu, que é visitado por turistas e ambientalistas do país e do exterior, tendo recebido inclusive o ministro do meio ambiente José Sarney Filho.

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