Dinalva Melo lembra que em 1997, “quando assumimos a secretaria municipal de Educação, nos deparamos com todas as problemáticas usais da educação brasileira, como evasão, repetência, professores leigos, escolas deficitárias; além daquelas próprias de Ilhéus, com sistema de rodízio, vícios pedagógicos e gerenciais cristalizados”. Na oportunidade, foi implementado um plano emergencial indicando as prioridades para superação das dificuldades e problemas encontrados.
O grande desafio segundo a educadora foi, então, o de reduzir a evasão, enfrentar a repetência e eliminar o sistema de rodízios, com o uso de diversas estratégias como o reordenamento da estrutura da rede pública de ensino permitindo que as vagas ociosas na rede estadual fossem utilizadas pelos alunos da rede municipal, e ampliando a oferta de vagas, além da constituição dos grupos de agentes comunitários de educação, que praticamente caçava alunos evadidos e os trazia de volta á escola. Outra mudança implementada foi com a transformação do sistema de seriação em ciclo básico de aprendizagem, introdução da arte-educação nas escolas, oferta de curso de formação básica para habilitar os professores leigos e o mutirão da educação.
ESTRATÉGIA – Como resultado dessa estratégia escolar e, os dados apontam para uma melhoria da qualidade do ensino, com isso, os alunos do noturno já são atendidos com uma metodologia própria, ou seja, “não são mais infantilizados. A filosofia chegou à rede municipal de ensino de Ilhéus; que a zona rural tem recebido tratamento especial, com Escola Ativa, Fura Bolo, continuação dos estudos depois de concluída a 4ª série do ensino fundamental. Também foi implantado um novo Plano de Carreira e as vagas tiveram uma expansão de 10%”.
Na interiorização da educação Dinalva Melo ressalta a implantação de escolas em Búzios, Curutinga, Santa Maria, Ponta do Cedro, Riachão da Piaçaveira, Acuípe do Meio, São José, Novo Ilhéus, Rompedeira, e outras localidades, mas, sem dúvida, o trunfo mais importante foi a integração de Ilhéus no Programa Escola Campeã, “foi a partir desse acontecimento, que os nossos olhos, antes tão atentos aos problemas já detectados e que vinham sendo enfrentados com coragem e determinação, foram sendo conduzidos para questões de aprimoramento gerencial e qualitativo.”
Destaca que a partir daí, as preocupações foram centradas na eficiência dos investimentos na educação, avaliação da relação quantitativa professor/aluno e na eficiência da aprendizagem. Hoje, os diretores da rede municipal de educação receberam capacitação gerencial para cuidar da parte administrativa da escola sem descuidar do plano pedagógico, bem como no gerenciamento dos programas de ensino em fase de implantação e implementação. Ocorreram ainda mudanças nos colegiados escolares e na concessão de autonomia financeira para as escolas.
Dinalva Melo explica que a mudança de parâmetros resultou num novo conceito de administração e “o que se resumia a preocupações de caráter pedagógico, ganhou outra formatação centrada no binômio pedagógico-gerencial”. Ela enfatiza ainda, que como se trata de adotar comportamentos implicadores de mudanças culturais, de uma nova postura organizacional e pedagógica diferenciada da usual, sem perder de vista o saber, o conhecer e o ensinar, “tudo isso depende, principalmente, da abertura dos espíritos às exigências da contemporaneidade, ao tempo da Escola de Sucesso, aquele em que o aluno ingressa, aprende e sai cidadão”.