Para Maria Luiza escrever “Jorge Amado é os coronéis do cacau”, a autora contou com outro aspecto que considera muito importante, além da admiração pelo escritor grapiúna: “Posso considerar que foi o amor à cidade e à curiosidade que o escritor despertou em mim, como também o estar inserida na atividade turística que me conduziram aos caminhos que ora trilho, de pesquisadora da história não só do município de Ilhéus, mas também da região cacaueira do sul da Bahia”, disse, acrescentando que os turistas que vêm à região procuram saber sobre Jorge Amado, que é conhecido no Brasil e no mundo e viveu na cidade.
ENFOQUE – Outro aspecto enfocado pela autora diz respeito às respostas às indagações do que Jorge escreveu sobre a região. A partir disso ela pesquisou para identificar o que foi realidade e ficção. “Isso resultou em mais verdades históricas do que eu imaginava”, comentou. Já para Marli Geralda Teixeira, diretora do Arquivo Público da Bahia, que assina o prefácio dessa obra de Heine, “o trabalho da pesquisa e da escrita da história por um estudioso envolvido cultural e afetivamente com o tema pesquisado torna-se extremamente desafiador e fascinante, embora problemático”.
Disse ainda Marli que “trata-se, Segundo o que é aceito atualmente pela teoria e pela metodologia da história, de buscar o máximo de objetividade, sem desconhecer a presença da subjetividade e a inevitável pressão do universo cultural onde o estudioso se insere; escrever uma história para o esclarecimento da sociedade, sem prescindir do prazer individual que tal experiência produz”. O lançamento do titulo “Jorge Amado e os coronéis do cacau”, faz parte da programação da semana dedicada ao escritor grapiúna mais popular do Brasil, que passou parte de sua infância em Ilhéus, cidade que adotou como “terra mãe”. Se estivesse vivo, Jorge amado faria 94 anos no dia 10 de agosto.
BIOGRAFIA – Maria Luiza Heine nasceu no Rio de Janeiro e veio morar em Ilhéus na década de 70. Aqui se formou em filosofia e teve duas filhas. Fez especialização em história regional e mestrado em meio ambiente e desenvolvimento regional na Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc). Aqui criou raízes, constituiu família, tendo recebido o título de “cidadã ilheense” pela Câma de Vereadores. Atualmente, a convite do prefeito Jabes Ribeiro, ocupa a presidência da Fundação Cultural de Ilhéus.