UESC vai ganhar novo laboratório para o Biodiesel

O Biodiesel poderá se tornar numa alternativa concreta à utilização do petróleo e nesse ambicioso projeto a Bahia já aparece como ponta de lança. Para fortalecer essa posição a Fundação de Apoio a Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb) e o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), assinaram um convênio no valor de um milhão de reais para serem investidos em laboratórios nas Universidades Estadual de Santa Cruz (UESC), e Federal da Bahia (Ufba). O convênio foi anunciado durante o Seminário de Políticas para o Biodiesel, realizado no Centro de Convenções da Bahia, em Salvador. O programa de Biodiesel na Uesc nasceu em 1998, a partir do I Workshop para Geração de Energia a partir de Óleos Vegetais, promovido pela Reitoria e pelo Departamento de Ciências Agrárias e Tecnológicas, vem ganhando o reconhecimento nacional pelos trabalhos desenvolvidos.

Esse reconhecimento fica claro com o aporte de novos recursos para a expansão dos laboratórios. Os recursos do convênio da Fapesb e MCT serão investidos na implantação de um Laboratório de Referência em Produção e Análise de Biodiesel na UESC, no valor de 450 mil reais e de um Laboratório de Análise de Emissões e Desempenho de Motores na Ufba, no mesmo valor. Os cerca de R$ 100 mil restantes serão destinados a rede Biodiesel coordenada pela UESC, para o desenvolvimento do projeto de uma planta comercial de Biodiesel para a cidade de Salvador.

Para a professora Rosenira Serpa da Cruz, coordenadora do Grupo Bioenergia e Meio Ambiente da UESC e da Rede Estadual Energia Renovável e Meio Ambiente “isso representa muito porque começamos a colher os frutos do trabalho que estamos desenvolvendo há quatro anos. Agora o governo, a sociedade e a iniciativa privada começam a se interessar pelo nosso trabalho. Diversas empresas já estão nos procurando, atraídos por essa tecnologia”.

Segundo o professor e pesquisador José Adolfo de Almeida, uma empresa paulista com negócios na Bahia está negociando com a UESC a produção de uma planta comercial menor para ser instalada em Salvador e em cidades do interior. Na opinião do pesquisador isso tem reflexos diretos na agricultura porque o programa do Biodiesel necessitará da ampliação das plantações e cultivo de oleaginosas. “O Biodiesel é um programa que começa no campo e os seus benefícios chegam até a cidade, na medida em que o combustível produzido também pode melhorar a qualidade do ar nas cidades através da redução de gases poluentes.

Os professores Rosenira e José Adolfo lembram que em conseqüência da resistência inicial, ao uso de óleos vegetais como combustível, nas agências de financiamento da pesquisa , o Projeto na UESC foi iniciado priorizando o uso dos óleos e gorduras residuais. Tratava-se, naquele momento de uma estratégia, na medida em que o óleo residual que provocava um problema ambiental, seria transformado em um combustível com excelentes qualidades do ponto de vista energético e ambiental. Recentemente, com o crescimento e aceitação do programa, os óleos e gorduras residuais não são mais suficientes e se avança no sentido de utilização de culturas energéticas oleaginosas.

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