Projeto vai fortalecer a cadeia produtiva do cacau

Universidade Estadual de Santa Cruz(UESC), está coordenando Projeto de Aprimoramento da Produção de Cacau e seus Derivados (APCD), do Programa de Arranjos Produtivos Locais(APL s), que envolve o Ministério da Ciência e Tecnologia, Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC) e a Secretaria Estadual da Ciência, Tecnologia e Inovação. O objetivo é estimular o fortalecimento do setor cacaueiro do Sul da Bahia envolvendo toda a cadeia produtiva.

A consolidação desse projeto na Região veio através de um convênio que foi assinado entre a Universidade, Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB) e a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC). São mais de R$ 860 mil reais para execução desse Projeto oriundos da Fapesb – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia e da Finep – Financiadora de Estudos e Projetos do Ministério da Ciência e Tecnologia.

A finalidade é gerar e adaptar tecnologia que aumentem a eficiência do manejo de plantações de cacau e seus derivados abrangendo diferentes aspectos e áreas visando a formatação de produtos regionais. Coube à UESC a coordenação geral da Plataforma Cacau com o professor Dário Ahnert, Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, a responsabilidade administrativa e o professor Raul Valle a responsabilidade cientifica.

De fato, o trabalho começou em abril do ano passado, sendo que nesse período pesquisadores e produtores definiram os gargalos existentes na cadeia produtiva. O desafio para o próximos dois anos é atingir uma melhor qualidade de produção, a industrialização para o aproveitamento global da amêndoa e agregar mais valor ao produto final. Para atingir essa meta são necessárias melhores praticas de manejo. Nesse ponto entra a Biofábrica do Cacau com os seus clones.

O professor Dário informa que serão desenvolvidos cinco formulários para que seja encontrado o “Cacau Sabor Bahia”, misturado com frutas regionais em substituição a parte do açúcar usado atualmente. Numa fase posterior, no próximo ano, a UESC vai realizar um seminário com Desenbahia, Banco do Nordeste, empresários e outros agentes financeiros para mostrar os produtos e a tecnologia desenvolvida pelos agricultores.

Para o professor e pesquisador Raul Valle, o cacau para o agricultor do Sul da Bahia representa muito mais do que uma simples cultura. É sobretudo, uma questão ecológico e social. Ele lembra que ”a cidade de Camacã tinha 40 mil habitantes em 89 e em 96 eram 20 mil moradores. Metade foi para São Paulo, Guarapari, Baianão, em Porto Seguro, Teotônio Vilela, em Ilhéus. Esse é o resultado direto de uma doença como a vassoura-de-bruxa”.

Raul Valle adverte que a tonelada de amêndoas de cacau custa cerca de U$$ 1500. Somente 60 quilos de chocolate puro, belga, custa isso no mercado. Dentro da porteira da fazenda o cacau gera aproximadamente 6 bilhões de dólares. Depois da porteira, com a industrialização, transforma-se em 60 bilhões de dólares. Ele chama atenção para o “chocolatinho” vendido nas lojas, com muita propaganda, anunciando chocolate, quando na verdade, apenas 0,5% são chocolate verdadeiro. O resto são outras coisas. É preciso desenvolver tecnologias que garantam a produtividade satisfatória para fazer com que o agricultor possa pagar os seus trabalhadores e viver do ganho da sua propriedade.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *