Na semana passada, os críticos e os defensores da maioridade de 18 anos travaram uma ardente e apaixonada batalha através da mídia nacional. Um argumento contrário enfatiza que se os maiores de 16 anos podem votar também deveriam ser responsabilizados criminalmente. Do outro lado, os favoráveis afirmam que a redução só aumentará o contingente de condenados obrigados a viverem em condições sub-humanas no, cada vez mais, decadente, falido e anacrônico sistema penitenciário brasileiro. O fato, a meu ver incontestável, é que os dois argumentos não respondem à “pergunta que não quer calar”. Afinal de contas, a partir de que idade uma pessoa é capaz de entender a ilicitude de suas ações? A resposta para essa indagação deveria ser a principal busca da sociedade brasileira. Não tem mais cabimento considerar que alguém com 15 ou 16 anos não possui a exata compreensão de que matar é uma conduta errada.
Na Inglaterra, um menino de 11 anos de idade foi condenado por assassinar uma criança de apenas 4. Não creio que devamos descer tanto. Contudo, é fundamental estudarmos e encontrarmos uma Maioridade Penal mais justa e, sobretudo, mais adequada à realidade dos nossos dias. Reduzi-la para os 14 anos, como querem alguns, demanda um estudo mais intenso e uma ampla discussão com a sociedade brasileira. Entretanto, penso que é inevitável a redução imediata para os 16. Não podemos mais admitir que criminosos frios continuem se escondendo debaixo da menoridade penal para praticar estupros, seqüestros e homicídios. Isso precisa acabar. Um estudo feito há algum tempo revelou que a imensa maioria dos assaltos que termina com mortes é provocada por adolescentes. Outra pesquisa concluiu que menores de 18 anos estão participando cada vez mais dos chamados crimes hediondos. Quem mata sabendo o que está fazendo precisa ser punido, corrigido e, se for possível, recuperado. De forma alguma pode ser protegido, em detrimento de inocentes, por causa de uma avaliação generalizada e anacrônica.
Por: Alex Malta Raposo