praia todos os dias para fazer o que gosta, não requer sacrifício algum.
Puro engano. Disciplina, responsabilidade, determinação, preparo físico e
muita força de vontade são alguns dos requisitos básicos para viver
competindo mundo a fora.
Aos 42 anos de idade, o santista Picuruta Salazar, sabe muito bem o que
significa isso. Surfando desde 1968, Picuruta fez a sua primeira viagem para
fora do Brasil em 1984, quando foi competir na África do Sul, no lendário
“Gunston 500”, ao lado de nomes como Derek Ho, Simon Anderson, Tom Carroll,
entre outros, terminando na 17a. posição. De lá pra cá, não parou mais.
mundo e pelo Brasil, que somados totalizam em mais de 150 títulos,
conquistados em competições oficiais. Tal façanha o coloca na posição de
recordista de títulos, considerado por alguns como o “Pelé” do surf. Sendo o
atual campeão brasileiro longboard, título que conquistou pela sétima vez, o
“Gato”, como é conhecido, parte para mais um desafio.
Estando entre os 32 melhores longboards do mundo, ocupando a oitava
colocação no ranking mundial, Picuruta embarcou nesta sexta, dia 31, rumo a
Nova Zelândia, onde irá disputar a última etapa do Oxbow World Champs WLT
(World Longboard Tour), entre os dias 7 à 16 de novembro, nas famosas
esquerdas da baía de Manu, cidade de Raglan. A etapa distribui US$ 50 mil em
prêmios.
Essa vai ser a segunda vez que Picuruta vai estar na Nova Zelândia. A
primeira aconteceu no mês de abril deste ano, quando foi competir no Mundial
Master de Surf, o ISA / Fosters World Master Surf Titles, em New Plymouth,
Taranaki. Competindo na faixa etária dos 40 a 44 anos, o experiente
Picuruta, que também surfa de pranchinha, acumulou mais um título mundial, e
espera repetir o feito no pranchão.
Sendo vice-campeão do WLT por três vezes nos anos de 92, 94 e 95, Picuruta
almeja, e muito, conquistar este título, um dos poucos que falta em sua
carreira. “Enquanto eu tiver saúde e disposição vou continuar competindo. Se
Deus quiser vou trazer o título de mundial profissional de longboard”,
planeja.
No entanto, ele sabe que a tarefa não vai ser fácil. “No circuito mundial
estão os melhores de cada país. Entre eles, os havaianos são os que dão mais
trabalho, mas também tem o Beau Young da Austrália, o californiano Colin
McPhillips, que foi três vezes campeão mundial. Todavia, não podemos
esquecer do fator sorte durante os vinte minutos de cada bateria. Se for um
dia legal, acaba se dando bem”, diz.
Para manter o ritmo em várias competições, ele treina na academia da
Unimonte fazendo spinning quatro vezes por semana, além de nadar e pegar
muita onda. “Esses trabalhos na academia estão me ajudando muito e posso
mostrar que aos 42 anos de idade tenho conseguido ótimos resultados em
vários eventos importantes e isso prova que o surf realmente não tem idade”.
Além do Picuruta, o Brasil terá mais 10 representantes no mundial, formando
a maior delegação na etapa. Eduardo Bagé, Olimpinho, Jamie Viudes, Marcelo
Freitas, Paulo Kid, Amaro Matos, Phil Rajzman, Jeremias da Silva, Danilo
Mulinha e Diego Rosas complementam a equipe brasileira. Assim que retornarem
ao Brasil, o próximo desafio vai ser o título brasileiro do Petrobras
Longboard Classic, que será definido nos dias 21 a 23 de novembro, na Praia
de Aleluia, Bahia.