EXPOSIÇÃO NA BIBLIOTECA REÚNE FOTOS DA ILHÉUS DE ONTEM E DE HOJE

Um acervo de fotos retratando a Ilhéus de um passado remoto, estigmatizado pelas nuances de uma época em que o romantismo era algo além de um estado de espírito e o contemporâneo se verifica através da mudança da arquitetura urbanística da cidade que completou 469 anos de fundação e 122 cidadania no dia 28 de junho, pode ser observado na exposição fotográfica “Ilhéus da Capitania ao Terceiro Milênio”. A “garimpagem fotográfica” com diversas etapas da beleza arquitetônica e natural da cidade está aberta a visitação pública nos corredores da Biblioteca Adonias Filhos e no Arquivo Público João Mangabeira, que funcionam no antigo prédio do Grupo Escolar General Osório, em frente à praça Castro Alves, centro. Além do acervo fotográfico em preto e branco, também poderão ser conferidos vários documentos sobre a história da cidade de beleza impar, cujos protagonistas têm como base à trajetória de uma existência marcada por várias etapas de extrema importância.

Entre tantos momentos raros enfocando logradouros e casarios, monumentos e alguns espaços naturais que a histórica cidade ainda preserva, além de outros substituídos por novas construções ou abandonados ao tempo, o observador que visualizar as fotos retratando o que foi e o que é de uma cidade madura, que procura a determinação de seus espaços através da memória de um tempo em movimento, encontrará respostas às mudanças determinadas pela correria da vida urbana e moderna. As lentes de fotógrafos como Pinilos, os contemporâneos Francino e José Nazal, e outros profissionais anônimos, tiveram a sensibilidade de captar o anteontem, o ontem e o hoje, com muita fidelidade, para possibilitar aos olhos de quem procura descobrir uma época. E quem sabe, descobrir-se numa delas. A exposição de fotos e documentos é um presente para as gerações atuais e futuras. Uma jóia rara aos olhos de quem tem a oportunidade de vislumbrá-la.

RETRATANDO – Uma fotografia da praça Firmino Amaral, com os edifícios do Ilhéus Hotel e Kauffman é um dos elementos inseridos na exposição fotográfica, cuja data é de 1927, e outra do mesmo espaço, mais recente, registrando as mudanças ocorridas no local. Na exposição, o público poderá vislumbrar a praça J. J. Seabra na década de 20, assim como a praça Luis Vianna filho com Coronel Pessoa, tendo o Bar Vesúvio ao fundo, na década de 30. Também no acervo pode-se encontrar a praça Luis Vianna Filho depois de reconstruída, em 1997, pelo prefeito Jabes Ribeiro. Tudo na exposição torna-se mágico, a partir da sensibilidade de quem tem a possibilidade de visualizar realidades distantes, algumas separadas por poucos anos, outras por décadas, até os nosso dias.
São vários momentos documentados pelos fotógrafos a exemplo da inauguração da antiga ponte do fundão, equipamento que ligava à cidade de Ilhéus a vizinha Itabuna. A avenida Soares Lopes na década de 60, com seus candelabros no meio da via, e os tímidos bancos próximos à praia, produz um clima de nostalgia em que se pode presenciar tanta suavidade. O tom do antigo se mistura ao novo e provoca o lírico, é assim que se apresenta a exposição fotográfica “Ilhéus – da capitania ao terceiro milênio”, que traz outras muitas nuances da cidade magnetizada pelos ventos vindos dos mares e das matas que rodeiam este território cheio de poesia e sagacidade.
Você conheceu ou pode lembrar da capela que deu lugar a imponente Catedral de São Sebastião, na praça Dom Eduardo? – Quem quiser pode conferir através da exposição que traz uma série de outros logradouros, prédios e alguns pontos verdes. Vista parcial da cidade, antigo cais, são motivos enfocados pelas lentes dos fotógrafos, entre outros espaços captados, que fazem parte da história remota e recente de Ilhéus. O material coletado faz parte do acervo de particulares e do Departamento Fotográfico do Centro de Documentação e Memória Regional da Uesc. A organização do evento ficou a cargo da bibliotecária Regina Figueiredo, a arquivista Stela Dalva e a administradora da Biblioteca e do Arquivo Públicos, Mery Glícia, que fizeram um trabalho minucioso para chegar a tantas raridades. Deve-se lembrar que passear pelos corredores dos equipamentos serve como uma grande aula de história.

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