Como manter seu cérebro sempre ativo

Se você acha que neuróbica é uma “mistura de neurônio com aeróbica”, chegou muito
perto da resposta certa!

Neuróbica é uma série de exercícios simples usando os cinco sentidos para ajudar a
fortalecer e ativar o cérebro baseando-se nas últimas pesquisas da neurociência.

Cada coisa que vemos, gosto que sentimos, som que ouvimos e assim por diante, é
gravada no cérebro em áreas específicas, e elas estão em constante comunicação.

Por exemplo: é muito comum lembrarmos de uma pessoa quando sentimos o perfume que
ela costumava usar, ou o cheiro de um bolo quentinho pode trazer à tona cenas da
infância que nem lembrávamos mais. Isso significa que as regiões responsáveis pelo
olfato e pela visão estão interagindo.

Tiramos do livro Mantenha o Seu Cérebro Vivo alguns trechos em forma de perguntas e
respostas para você aprender o que fazer para que seu cérebro não fique fora de
forma.

1) Por que sempre esquecemos os nomes dos outros?

A memória está ligada às várias áreas do cérebro responsáveis por sentidos
determinados. Quanto mais rica e forte for a rede de associações ou representações
que você instalou em seu cérebro, mais ele fica protegido contra a perda de uma
representação específica.

Quando você conhece uma pessoa, seu cérebro liga um nome a algumas informações
sensoriais, como a aparência visual dela. Quando o cérebro é mais jovem, essas
poucas associações são bastante fortes para que no próximo encontro você lembre o
nome dela. Quanto mais velho você fica, porém, vai conhecendo mais pessoas, o que
deixa menos características visuais específicas disponíveis para representar cada
nova pessoa. Por isso, as ligações associativas entre características visuais e
nomes são mais frágeis.

Imagine fechar os olhos quando conhece alguém. As outras informações sensoriais,
além da visão, tormam-se muito mais importantes como base para formar as associações
necessárias à recordação do nome: a sensação da mão da pessoa, seu cheiro, sua voz.
Agora você não ligou o nome de alguém a uma ou duas associações, mas a pelo menos
quatro. Mas nunca fazemos isso.

2) É verdade que perdemos capacidade cerebral quando envelhecemos?

Há muitos mitos sobre o envelhecimento do cérebro, mas os neurocientistas estão
lutando para provar que ele não tem que envelhecer necessariamente junto conosco.
Tudo depende da maneira como o usamos.

Outro mito diz que o declínio mental que a maioria das pessoas experimenta é
resultado da morte constante das células nervosas. A verdade é que há uma redução do
número e complexidade das dendrites, que são os prolongamentos das células nervosas
que recebem e processam informações de outras células nervosas, formando a base da
memória. Mais uma vez, se estimulado, o cérebro é capaz de manter a rede de
comunicação entre as células nervosas tão forte e eficiente como na juventude.

3) As interações sociais têm alguma influência na nossa capacidade cerebral?

Está provado, através de inúmeros estudos, que a capacidade da pessoa de lembrar
alguma coisa depende em grande parte do contexto emocional. Temos mais probabilidade
de arquivar uma informação na memória de longo prazo se essa informação possui um
significado emocional de maior peso. É por isso que as emoções agradáveis, através
das interações sociais, constituem uma estratégia fundamental na neuróbica.

Como as situações sociais são em geral imprevisíveis, há mais possibilidade de
resultarem em atividades fora da rotina. Quando as situações sociais diminuem, o
desempenho mental declina. E quando ficamos mais velhos, nossos círculos sociais
tendem a encolher, levando o cérebro a diminuir sua atividade.

4) Se diariamente nos defrontamos com situações novas, o que faz com que apenas
algumas atividades sejam neuróbicas?

Embora o cérebro seja bombardeado de novos estímulos, nem todos eles são fortes o
suficiente para ativar novas áreas. Por exemplo: se você escreve sempre a caneta e
um dia resolve escrever tudo a lápis, quebrou sua rotina e está fazendo algo
diferente. Mas uma mudança tão pequena não acarretaria uma nova e importante
associação sensorial. Não seria suficiente para engajar os circuitos exigidos e dar
ao cérebro um exercício realmente eficaz.

Compare isso com a decisão de escrever com a outra mão. Se você é destro, controlar
uma caneta é normalmente responsabilidade do lado esquerdo do seu cérebro. Quando
você se empenha em escrever como um canhoto, a vasta rede de conexões, circuitos e
áreas do cérebro envolvida em escrever com a mão esquerda – quase nunca usada – é
agora ativada, no lado direito do cérebro. Subitamente, ele é confrontado com uma
nova tarefa absorvente, desafiadora e potencialmente frustrante.

A interação dessas áreas cria uma rede nervosa que auxilia a memória e torna o
cérebro mais “disposto” para receber novas informações. Os cinco sentidos são
utilizados a todo momento, mas existem algumas atividades em que alguns deles são
mais importantes. Sempre que deixamos de usar um sentido para realizar tarefas onde
ele normalmente é empregado, os outros sentidos tentam substituí-lo, mais uma vez
estimulando o cérebro.

Em resumo, para uma atividade ser considerada neuróbica, deve ter um ou mais dos
seguintes elementos: envolver um ou mais sentidos num novo contexto (como vestir-se
de olhos fechados); concentrar sua atenção (como virar as foto da sua mesa de cabeça
para baixo) e transformar uma atividade rotineira em algo inesperado e não-trivial
(como escolher um caminho diferente para chegar ao trabalho).

Autor: Lawrence C. Katz, Ph.D. e Manning Rubin
Editora Sextante
160 Páginas
Preço R$ 19,00

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