O Cineclube Équio Reis e o projeto de debates Improviso, Oxente! estão juntos na programação Novembro Negro, série de atividades alusivas ao mês da Consciência Negra. Na última terça-feira (12), na Tenda Teatro Popular de Ilhéus, foram exibidos vídeos sobre os blocos afro Mini-Kongo e Dilazenze. Em seguida, houve bate-papo com o convidado Renato Sena sobre “A trajetória de resistência do Bloco Afro Olodum”. Para ele, a organização é tudo e, através da unidade, é possível ampliar conquistas.
Renato Sena é soteropolitano e tem relação muito próxima com Ilhéus há décadas, acompanhando a implantação de vários blocos afro. Ele atuou no Olodum durante 22 anos, desde a fundação em 1979, viveu o auge e fases críticas. De acordo com o convidado, o bloco foi criado com muita dificuldade e sem apoio por moradores do Pelourinho, que não tinham acesso aos blocos tradicionais de Salvador. “Com João Jorge assumindo a diretoria, o Olodum se transformou em um grupo cultural, além do bloco carnavalesco”, informou.
Segundo Renato Sena, até hoje as entidades pequenas têm dificuldade para participar do carnaval, pois sofrem com a falta de patrocínio e articulação conjunta, além da dependência do poder público e influência política partidarista. “Blocos menores e perseguidos políticos são colocados em circuitos alternativos ou horários inconvenientes, com a mínima cobertura da imprensa. Isso afasta patrocinadores, já que há menos exposição das marcas”, explicou.
A respeito dos projetos sociais executados pelos blocos afro, Renato Sena destacou a responsabilidade com as crianças a fim de não se perderem talentos. Para ele, é preciso trabalhar a consciência desde cedo para a valorização da arte aprendida, disciplina e profissionalismo. Na ótica do antigo dirigente do Olodum, o sonho de muitos jovens é a fama, algo que nem sempre acontece, causando frustração por não entenderem sua importância para a cultura local. Ou então, quem experimenta o estrelato pode se deslumbrar, não administrar bem os êxitos e acabar perdendo tudo.
Teodorico sexta e sábado
A sátira em cordel Teodorico Majestade – as últimas horas de um prefeito estará em cartaz nesta sexta-feira e sábado (15 e 16), na Tenda Teatro Popular de Ilhéus. As sessões começam às 20 horas e as entradas custam R$ 20 a inteira e R$ 10 para estudantes, idosos ou sócios do Cartão TPI. A classificação indicativa é de 14 anos. A comédia escrita e dirigida por Romualdo Lisboa revela a face ridícula da política suja e a importância da mobilização popular.