A presidenta da Petrobras, Graça Foster, recebeu na tarde de ontem (15/7), na sede da empresa no Rio de Janeiro, parlamentares baianos e a presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB), Maria Quitéria. Na reunião, foram cobrados novos investimentos, além da retomada na linha de operação da estatal na Bahia. Durante o encontro, Foster garantiu a manutenção temporária de 1.200 postos de trabalho nas prestadoras de serviços Lupatech, BCH Energy e Sertel, que haviam sinalizado demissões.

A presidente da UPB participou da reunião e levantou a insatisfação dos municípios com a retração dos investimentos. Segundo ela, o impacto é sentido na receita e na área social, considerando que da cadeia produtiva do petróleo sobrevivem milhares de famílias baianas e se arrecada impostos como o ICMS e ISS. “As políticas públicas nos municípios são criadas com base na arrecadação dos royalties e não há como viabilizá-las com a redução destes investimentos”, lembrou Quitéria, ao destacar o papel social da Petrobras.

Em resposta, foi agendada uma nova reunião específica para que os municípios apresentem suas demandas em investimento, infraestrutura e redução de impacto ambiental. Maria Quitéria informou ainda que será composta uma comissão permanente para tratar do assunto, que incluirá ainda os deputados federais Luiz Alberto e Daniel Almeida, coordenador da Bancada da Bahia no Congresso, além da senadora Lídice da Mata, , presentes nesta reunião. A ideia é acompanhar o volume de investimento, visto que a presidente Graça Foster garantiu a recomposição da atividade econômica com novos projetos a partir de 2014. A expectativa é aplicar cerca de R$ 3,2 bilhões entre investimentos e custos operacionais até 2017, mantendo a produção da Bahia em torno de 50 mil barris de petróleo por dia.

De acordo com os parlamentares, os recursos alocados na Bahia em 2011 foram da ordem de US$ 811 milhões e deve atingir o montante de US$ 651 milhões em 2013, redução que gerou o debate. No último leilão da Agência Nacional de Petróleo, por exemplo, a Petrobras não arrematou nenhum campo na Bahia como operadora, ficando com apenas dois blocos de exploração a nível de investidora, o que frustrou, sobretudo, a expectativa quanto à exploração da Bacia de Tucano, que supriria a demanda por gás natural, hoje vindo da Bolívia.

Graça Foster alegou “falta de maturação dos projetos” e disse que a estatal está empenhada em solucionar os gargalos entre a perfuração e a instalação de novas estações no estado, motivos pelos quais a Petrobras também manterá esforços na recuperação de poços maduros nos campos de Miranga, Água Grande, Taquipe, Candeias e outros do Recôncavo Baiano, informou.