Alunos do Centro Estadual de Educação Profissional Álvaro Melo Vieira, em Ilhéus, se destacaram na 12ª Feira dos Municípios e na 3ª Mostra de Iniciação Científica (FEMMIC). O IF Baiano e o município de Catu realizaram o evento entre os dias 5 e 9 de agosto, com o tema “Ciência e Desenvolvimento para a Comunidade”.
Diretor da escola e professor de química, Joilson Sampaio é o orientador do projeto desenvolvido por Gabriela Santos Assunção, Gabriel Santos Vasconcelos e Monalisa Souza da Silva. Eles criaram o Biodigestor Portátil para a produção de biogás a partir da decomposição de cascas de frutas e legumes.
Gabriel nos mostrou o protótipo. O processo de decomposição é acelerado no garrafão de plástico. Ele explicou que é necessário conferir se o vasilhame está sem oxigênio e ligou a máquina. Um motor reciclado de geladeira extrai o conteúdo do recipiente. Sentimos o cheiro do gás. Invisível, o metano percorreu a mangueira do extrator para se alojar no pequeno bujão. Com as cascas dos vegetais que iriam para o lixo, o aparelho produziu o biogás que podemos usar num fogão ou para abastecer um carro. “O que depende da regulamentação da Agência Nacional de Petróleo”, explicou Joilson. Os jovens conquistaram uma vaga na Feira Brasileira de Ciência e Engenharia (FEBRACE) de 2015.
Igor Moura de Souza, Stephanie Lauren de Sousa Oliveira e Renatiana Rezende de Souza desenvolveram a caixa coletora de resíduos sólidos para bocas de lobo, sob a orientação do professor Adriano Melgaço.
Renatiana descreveu como o dispositivo ajuda na diminuição de alagamentos causados pelo lixo que entope os bueiros. A caixa é feita de fio, arame e sobras de canos finos. Acoplada ao sistema de escoamento da rua, ela funciona como um filtro. A água passa e os materiais que entupiriam a primeira boca de lobo ficam presos na estrutura. Os desenvolvedores testaram o equipamento em um trecho da Avenida Soares Lopes. A Prefeitura de Ilhéus autorizou o teste. Na FEMMIC, os jovens ganharam o primeiro prêmio da categoria Engenharia e duas bolsas do CNPq Júnior (de R$ 100 cada).
O terceiro lugar da mesma categoria ficou com o sistema de aproveitamento e tratamento de água da chuva. Danilo Santos, Edna Moutinho e Daiana Silva o criaram. Danilo não pôde viajar para apresentar o trabalho na feira. Pablo Guimarães o substituiu nessa missão, pois também conhecia o projeto.
Pablo mora no Joia do Atlântico e Edna, no Rio do Engenho. Suas casas não têm água encanada. O projeto que desenvolveram com os colegas pode amenizar o problema. O equipamento é feito com materiais baratos. Usaram garrafas de plástico, bambu e silicone para construir a calha e o reservatório. Um cano revestido por elementos filtrantes forma o canal de tratamento. O sistema de purificação é similar ao do tradicional filtro de barro. O estudantes usaram a maquete de uma casa (que não aparece na foto) para demonstrar o mecanismo na feira.
Stefane Oliveira e Gabriel Vasconcelos participam de dois dos projetos premiados. A dupla apresentou uma técnica que acelera a decomposição de sacolas plásticas com o estímulo de micro-organismos do solo. O tempo de degradação dos poluentes pode ser reduzido de 200 para 11 anos. O sistema trouxe o primeiro prêmio da categoria Ciências Biológicas para Ilhéus.
Ontem, 14, voltamos ao colégio. O vice-diretor Jorgeney nos recebeu. A instituição homenageou as equipes pelos trabalhos desenvolvidos. Ao nos despedirmos, tivemos a agradável impressão de que aquela escola está no caminho certo.