A agroecologia se constrói apoiada na valorização dos recursos locais e nas práticas e métodos tradicionais de manejo produtivo dos ecossistemas, e sua evolução como ciência se dá quando são criadas condições favoráveis para o diálogo e para a troca de experiências e saberes. Profundas reformulações nas instituições dedicadas ao ensino, pesquisa e extensão rural são necessárias para que essas novas abordagens sejam exercitadas e desenvolvidas. Esse é um avanço que o Terriório Litoral Sul da Bahia está vivendo com a implantação de cursos de graduação e pós-graduação nessa área.
Entendendo que a juventude cumpre um papel importante e é protagonista da revolução agroecológica no país, instituições de ensino como a Universidade Estadual de Santa Cruz e o Instituto Federal Baiano – Campus Uruçuca, em parceria com o Instituto Cabruca, lançaram este ano os cursos de pós-graduação em Agroecologia Aplicada à Agricultura Familiar – Residência Agrária e o Curso Superior de Tecnologia em Agroecologia, respectivamente.
Os cursos têm ampliado, na região, o quadro de mediadores capazes de entender, investigar e promover o desenvolvimento territorial a partir da interação entre o conhecimento científico dos processos socioculturais, econômicos e ecológicos envolvidos nos sistemas agrícolas sustentáveis. Em parceria com outros atores sociais locais e externos, já estão realizando um processo constante de análises e reflexões, gerando conhecimentos, estratégias, metodologias e técnicas agroecológicas localmente apropriadas para apoiar o desenvolvimento do espaço rural no Sul da Bahia.
Segundo Durval Libânio, Presidente do Instituto Cabruca e Vice- Coordenador do Curso Superior de Tecnologia em Agroecologia, além de um verdadeiro avanço para o Território Litoral Sul da Bahia, os cursos são muito importantes na história de cada instituição, como também para as comunidades envolvidas, já que favorecem a construção do desenvolvimento rural sustentável por meio da ciência e dos homens e mulheres que nasceram nessa região.
Para aqueles que acreditam que a agroecologia possa representar a agricultura dominante no futuro, verdadeiramente sustentável, democrática, participativa e com a perspectiva de inclusão social e econômica, a implantação desses cursos representa um grande passo.