Jabes, a tentativa nova e o método ultrapassado

Pressionado pela crise e acuado por servidores insatisfeitos e estudantes dispostos a resistir, Jabes resolveu, mais uma vez, convocar os setores produtivos e participativos da sociedade de Ilhéus e cobrar um pacto pela governabilidade da cidade. O encontro foi hoje. Pensou certo, de forma inteligente. Principalmente por conta deste momento delicado onde não se sente à vontade, sequer, para subir as escadas do Palácio Paranaguá. Jabes acertou até na escolha do local: a Justiça Federal onde, dificilmente, poderia haver algum tipo de manifestação. É grande a segurança no local.

O problema é que Jabes tenta encontrar o caminho da paz usando ferramentas que ninguém acredita mais. Voltou, em um auditório lotado, a apresentar os números estatísticos e financeiros que estão inviabilizando a administração. Tema relembrado desde os primeiros dias do seu governo, no início deste anoi. Lá de cima, pode ter achado que se saiu bem neste aspecto. Embaixo, os comentários eram muito parecidos: ninguém suporta mais ouvir os mesmos lamentos do prefeito.

Jabes tenta partidarizar a crise. Chegou a lembrar em seu discurso que “a campanha já terminou”. Ele tem lá sua razão. Precisa mesmo descer do palanque. Se olhar no espelho como prefeito da cidade, dono dos investimentos mas dono da crise, também. A cidade só vai conseguir reagir com mudanças profundas, se conseguir mudar a forma de governar. Antes de reiventar a cidade, Jabes precisa reinventar-se.

Inteligente ele é. Falta encontrar um discurso menos vitimizado e ter uma postura mais moderna.

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