Professores de Ilhéus aprendem novas técnicas de alfabetização

Corrigir a defasagem no processo de alfabetização dos cerca de 1300 estudantes da rede municipal de ensino de Ilhéus na faixa etária a partir dos nove anos que ainda não sabem ler é objetivo da Secretaria Municipal de Educação (Seduc), que iniciou nesta segunda-feira, dia 15, na Faculdade de Ilhéus, um curso teórico-prático para professores, apresentando novas técnicas de alfabetização. O curso faz parte do Programa de Correção de Fluxo na Alfabetização, promovido pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC), em parceria com o Grupo de Estudos sobre Educação e Metodologia de Pesquisa (Geempa).

Durante a solenidade de abertura, que contou com apresentação cultural de estudantes da Escola Pinóquio, a secretária de Educação, Marlúcia Rocha, considerou que a atividade vai oportunizar novas abordagens pedagógicas que vão potencializar o processo de ensino aprendizagem da rede. “Esse curso será realizado por um grupo de estudos formado há mais de 30 anos, portanto, trata-se de um momento muito importante para nossos educadores e educandos que conhecerão nova metodologia”, destacou. Na ocasião, o Chefe de Gabinete da Prefeitura de Ilhéus, Victor da Veiga, representando o prefeito Jabes Ribeiro, ressaltou a importância da educação para a promoção das mudanças sociais. “A educação pública de qualidade pode mudar vidas, e este é o momento da mudança da educação no nosso município”, atestou.

Até a próxima sexta-feira, dia 19, cem professores de Ilhéus e outros de municípios circunvizinhos que aderiram ao Programa Nacional de Alfabetização na Idade Certa (PNAIC) terão aulas práticas e teóricas com uma equipe multidisciplinar do Geempa, que inclui antropólogos, psiquiatras, psicólogos, médicos e pedagogos. Na abertura do curso, a doutora em psicologia cognitiva, Esther Pilar Grossi, destacou a importância da leitura para a inserção do indivíduo na sociedade contemporânea, considerando especialmente o universo da informática, bem como destacou a necessidade da interação social para a educação. “Não saber ler é como ser um cego em uma sociedade cada vez mais informatizada. E a grande descoberta que modifica o ensino é que a aprendizagem não é um fenômeno individual e sim social”, destacou a Esther Grossi.

Segundo a doutora, o curso tem bases teóricas pós-construtivista e já foi aplicado em 249 municípios brasileiros, alfabetizando mais de 60 mil pessoas até o final do ano passado. “Isso significa a luz no final do túnel para tantos alunos que ficaram tanto tempo na escola sem aprender a ler nem a escrever”, ressaltou.

Durante toda a semana, os professores conhecerão uma metodologia adequada para redução da defasagem educacional, tanto a partir de discussões teóricas, quanto do desenvolvimento de atividades práticas com os alunos da rede municipal.  Os participantes da formação receberão Kits com material para a alfabetização, contendo cadernos individuais e jogos didáticos para grupos de quatro estudantes.

Diagnóstico – O diagnóstico/2013 do Sistema Municipal de Ensino revela que mais de 1300 crianças de nove anos e acima de nove anos, matriculados no Ciclo 2 – Fase III e no Ciclo 3 – Fases I e II não sabem ler e escrever adequadamente.

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