Os Estados produtores de cacau se mobilizam para evitar Monilíase do Cacaueiro

A monilia é uma praga quarentenária ausente (A1), em que o agente causador da doença é o fungo (Moniliophthora roreri). É uma doença fúngica que ataca os frutos de cacau e cupuaçu, impossibilitando a sua utilização. A doença pode ser identificada no fruto por manchas esverdeadas, amareladas ou necróticas similares à vassosura de bruxa,(Moniliophtora perniciosa Stahel), sendo que o principal sintoma é a formação de espessa massa fúngica de coloração branca que se desprende tipo talco quando tocado. Veja aqui 

Origem da doença

Tem sua origem em países do noroeste da América Latina e também da América Central, sendo registrada pela primeira vez no Equador de onde se disseminou para outros países, a exemplo de Bolívia, Colômbia e Venezuela, causando danos econômicos que variaram de 50% a 100%, chegando até o sul do Peru, doença ausente no Brasil, atualmente está próxima à fronteira do cerca de 500km do Brasil.

O fungo ataca somente o fruto, em qualquer estado de seu desenvolvimento, contudo aqueles que já tem até 90 dias de idade são os mais susceptíveis à ação do patógeno, podendo provocar grandes perdas na produção de cacau.

Os Estados fronteiriços ou próximos dos países onde ocorre a doença, os trabalhos de inspeções devem ser redobrados, e é com esta preocupação que as Agências de Defesa Sanitárias dos Estados amazônicos que cultivam cacau e cupuaçu a exemplo do Estado de Rondônia (Idaron) e Pará (Adepará) estão em parceria com a Ceplac realizando uma série de atividades como dia de campo e levantamentos para confirmar ausência da monilíase nos Estados.
Ações Principais que os Estados :
? Cadastrar as propriedades que cultivam cacau;
? Capacitar os técnicos para a identificação da praga;
? Levantamento fitossanitário de detecção da Moniliase do cacaueiro  

A inspeção é feita nas propriedades rurais produtoras de cacau e/ou cupuaçu e é uma determinação do Ministério da Agricultura, através da Instrução Normativa 13, de 17 de maio de 2012.

Em Rondônia o levantamento será realizado em cerca de 3400 propriedades rurais do Estado. Em Machadinho Do Oeste já foram vistoriadas 40 propriedades, das 60 previamente selecionadas. “Também estamos vistoriando áreas comerciais, lavouras abandonadas, quintais produtivos ou quintais agroflorestais. Além da inspeção, orientamos os produtores rurais e distribuímos panfletos informativos sobre a doença”, fala o chefe da Unidade Local de Machadinho, Eder Lopes Carvalho.

(foto)R  

De acordo com a gerente de Defesa Vegetal de Rondonia, Rachel Barbosa, o objetivo do levantamento é confirmar o status de Rondônia como livre de monilíase de cacaueiro, garantindo o mercado para seus produtos agrícolas.“Também queremos promover a conscientização dos produtores de cacau e cupuaçu para que caso venha aparecer os sintomas característicos da doença, que seja feita a comunicação imediata à (Idaron) para que sejam tomadas as providências de combate necessárias o mais rápido possível”.

Além do levantamento, as agencias atuam na fiscalização do trânsito de plantas e orientaçãodos produtores rurais e população em geral através de treinamentos como Dias de Campo, palestras, reuniões e publicações nos meios de comunicações.

EVENTOS ESPECIAIS UNE OS OBJETIVOS  

As Agências de Defesa Agropecuárias dos Estado produtores de cacau, promovem seminários, dia de campo, palestras,treinamentos sobre a Monilíase do Cacau em todos municípios plantadores de cacau e cupuaçu. Os eventos contam com a parceria da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), e ainda a colaboração das prefeituras desses municípios, e das Secretarias de Agricultura (Sagri), Meio Ambiente (Sema) e Educação (Seduc) dos Estados.

 Dia de Campo Especial sobre o Cacau  

Dia de Campo Especial sobre o Cacau é uma atividade que faz parte da agenda positiva da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), Bahia, Espirito Santo, Rondonia e Pará. Na oportunidade os técnicos da Ceplac apresentaram estações abordando questões sobre a produção do cacau, como adubação, manejo da lavoura, manejo integrado e clonagem do cacaueiro e em conjunto com os fiscais das agências explanam sobre a monilíase do cacaueiro, atingindo os públicos de produtores rurais, estudantes e técnicos da iniciativa pública e privada.

Bahia e Pará realizam intercâmbio técnico sobre monilíase do cacaueiro e cupuaçuzeiro  

A Bahia e Espirito Santo, apesar de distante das áreas de riscos tem a preocupação em si prevenir ,mas já movimenta o setor de pesquisa que avança nos estudos para encontrar uma solução no combate deste mal que é de interesse de todos os países produtores de cacau do mundo. E com o objetivo de promover o intercâmbio técnico entre os estados produtores de cacau, uma equipe de fiscais estaduais da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) esteve no sul da Bahia para visitar propriedades. O grupo observou in loco as ações de prevenção à Monilíase do cacaueiro e cupuaçuzeiro e participou do curso de Multiplicadores sobre Monilíase.

Durante o encontro foram discutidas estratégias para os levantamentos de detecção e de educação sanitária que deverão ser adotados por todos os estados produtores de cacau e em áreas de risco após a disponibilização do Manual de Procedimentos do Plano Nacional de Contingência da Monilíase, pelo Departamento de Sanidade Vegetal do Ministério da Agricultura.

“A união de esforços é primordial para retardarmos ao máximo a chegada desta praga no Brasil. Já temos 346 unidades de monitoramento instaladas na região. Iniciamos a mobilização dos produtores e empresas agrícolas em parceria com a Adepará”, ressaltou a Coordenadora do Projeto de Prevenção à Monilíase da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), Catarina Mattos.

O coordenador técnico do Programa de Monilíase/Adepará, o engenheiro agrônomo Wilson Emilio Silva, ressaltou a importância da realização do intercâmbio para compartilhar experiências e conhecimentos sobre a Monilíase e sua prevenção. “Por se tratar de uma praga ausente no Brasil, às ações educativas são fundamentais para a sensibilização da sociedade quanto à prevenção, principalmente em relação ao transporte de material vegetal não certificado de uma região para outra, evitando a introdução da praga em outros locais”.

Informações colhidas nos Estados Produtores de cacau e adaptadas para o photossintese.

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