Sobre lixo, flores e urubus

Relatei á pessoas amigas minha felicidade em observar as flores nos jardins e canteiros de Ilhéus. Há muito eu não as via, ou, se as via esses belos elementos que integram a paisagem estavam ocultos em um cenário no qual o lixo era o maior destaque. Na gestão anterior, a princesinha do sul se transformou em um município mutante, cuja mutação resultou na formação de uma fantasmagórica cidade do lixo. A população, atônita na cidade do entra e sai, entrava e saía de buracos e situações embaraçosas enquanto as autoridades patéticas demitiam e readmitiam funcionários e colaboradores que alicerçavam o maior desastre que o povo ilheense já vivenciou.

Em 2012, cheguei a sentir pena dos urubus. Inseridos no caos em que Ilhéus havia se transformado, as aves se tornaram objetos de estudo e pesquisa cientifica. Os Urubus de Ilhéus se tornaram o ícone de nosso desastre particular e intransferível. Preguiçosos, os urubus de todas as outras partes do mundo podiam ser vistos planando no céu, já que não tem disposição para bater asas e preferem planar nas correntes de ar, pegando uma carona. Em Ilhéus, o lixo era tanto que os Urubus deixaram de voar. Coitados dos pássaros achavam o chão imundo da cidade mais interessante, entraram em profunda crise de identidade, tinham dificuldade para ir ao céu.

Os fatos descritos acima justificam a minha felicidade, compartilhada pela população de Ilhéus. Os turistas que vierem ao município participar do aleluia Ilhéus festival, uma inovadora iniciativa do secretário de turismo Alcides krushewsky e do prefeito Jabes Ribeiro, finalmente poderão fazer referencias elogiosas a Ilhéus. Não andamos mais em meio ao lixo, podemos observar o mar e as flores com tranquilidade, e, para completar, a melhor notícia de todas: Os urubus ilheenses não precisarão de tratamento psicológico. Não há mais pilhas de lixo no chão, e os poucos exemplares dessa ave que restaram por aqui reaprenderam a planar no céu.

Chico Andrade é Geógrafo, escritor, professor, consultor e cientista político.

 

Um comentário em “Sobre lixo, flores e urubus”

  1. Boa noite meu querido Aderino!
    Concordo plemamente com a sua reportagem, a nossa princesinha e maravilhosa ilheus esta linda, cidade limpa é outra coisa ñ andamos no meio do lixo e da cidade com um mau cheiro.
    mececemos andar num ambiente limpo e cheiroso , quem ñ gosta de um lugar limpo.
    gostei da sua felicidade de observar as flores nos jardins e canteiro de ilheus, a nossa cidade é linda e muto linda.

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