CONTAGEM REGRESSIVA PARA O FECHAMENTO DO PORTO DE ILHÉUS. A SOLUÇÃO É

Os navios de soja não atracarão no Porto de Ilhéus, enquanto não forem realizadas as obras de dragagem. Essa foi a mensagem passada às lideranças portuárias dia 16, porque, com a profundidade de menos de 9,30 metros, quando a ideal mínima seria de 10 metros, está dificultando o movimento das embarcações, que, de acordo com tamanho e a carga embarcada dependem da alta da maré, nas operações de atracação e desatracação para reduzir os riscos de encalhes.

Em outubro deverá iniciar a programação de verão e os navios de passageiros – turistas – também serão afetados.

As lideranças sindicais não escondem a revolta e a indignação diante da gravidade do quadro, tendo em vista que há anos vêm buscando junto ao governo do Estado e a CODEBA soluções para o problema, mas só têm ouvido promessas e enganos, numa demonstração de falta de respeito das autoridades políticas, para com o município e com a comunidade portuária.

Nos últimos 60 dias duas audiências públicas foram realizadas tratando da matéria e, uma dessas aconteceu nas dependências internas do Porto do Malhado, quando representantes da CODEBA participaram do evento e mais uma vez não apresentaram soluções, a não ser promessas. “Eles são mentirosos” desabafa um trabalhador portuário.

 

Importante salientar que os portuários alegam que mais de 1 milhão de toneladas de soja foram desviadas do Porto do Malhado para o Terminal Privativo de Cotegipe – TPC, um porto privado, cujos interesses são estranhos e inexplicáveis, quando questionada a passividade do governo do Estado e da CODEBA em permitir a retirada de um volume de carga desse vulto, para favorecer a um grupo privado, além de outras perguntas formuladas pelas entidades portuárias de Ilhéus, mas, sem respostas das autoridades, nesse norte.

Realmente o quadro é de desolação, decepção e preocupação na beira do cais de Ilhéus, porque o embarque da soja, embora não correspondendo à altura para com a sobrevivência da família portuária, ameniza a situação, tendo em vista que os navios de cacau operam, em média entre 04 e 06 vezes por ano.

“Enquanto vigeu o império carlista, com chicote nas mãos, os portuários de Ilhéus jamais recuaram, porque destemidamente sempre enfrentaram aquele sistema, na época, tido como perverso e nunca foram tão desrespeitados, nem o porto teve as suas atividades suspensas por falta de dragagem. Hoje podemos falar, denunciar, apontar erros, omissões em nome de uma democracia mascarada, porque temos a liberdade de manifestação, mas, não somos ouvidos, onde os interesses de grupos econômicos e politiqueiros prevalecem sobre os interesses coletivos. Há uma grande diferença entre os sistemas Carlista e “Wagnelista”. O primeiro, ditador, mas, que sofrivelmente cumpriu com a manutenção do Porto do Malhado, enquanto, o segundo, imaginariamente democrático desafina com a entoação do que representa a dignidade e a sobrevivência do trabalhador. A prova está aí, com o fechamento do Porto decretando a miséria de milhares de pessoas, futuros integrantes da nova Bolsa Família, que tem razões positivas, com efeitos politiqueiros. Não sentimos saudades do “carlismo”, nem devemos persistir com esses sistema do “Wagnelismo”. É chegada a hora de iniciarmos uma luta para mudar o quadro político no Estado da Bahia. Contra provas não há argumentos”. Desabafou uma das lideranças portuárias de Ilhéus.

“O porto está fechando por culpa da CODEBA, omissão dos nossos Deputados Estaduais, Federais, Prefeito e da maioria dos vereadores ilheenses. Tudo isso com aval do governador Jaques Wagner”. Sentenciou outro portuário.

Dia 21/09/2011, às 15:00 horas, na sede do sindicato dos estivadores de Ilhéus, na Avenida 02 de julho, 1.073 aconteceu uma reunião para discutir a realização do I Encontro de Entidades Civis em favor do Porto do Malhado, a se realizar ainda no mês de outubro, quando será discutido um temário específico tratando do escoadouro.

“A exigüidade do tempo para discutir o assunto é a razão da designação emergente dessa reunião, por isso não foi possível mantermos contatos com os segmentos co-irmãos para essa convocação, esperando a compreensão e a participação das nossas lideranças”, justificam assim, as lideranças portuárias.

 

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