* Por Aderino França
No próximo dia 28 de junho o município de Ilhéus irá completar 477 anos de fundação e 130 anos de elevação à categoria de cidade. Uma das três mais antigas cidades do Brasil, foi a Capitania Hereditária mais rica da maior colônia portuguesa, possuindo grande número de engenhos de cana de açúcar com alta produtividade.
Com o passar dos anos a cultura mudou e o cacau inundou seu território e a fez ainda mais rica e reconhecida, chegando a ser a maior exportadora mundial dos frutos de ouro. Foi aproximadamente um século de riqueza, glamour, fartura e desperdício.
Ilhéus, com tanta riqueza, foi de suma importância para balança comercial brasileira e sustentou o estado da Bahia por muitos anos, foi centro político nacional e inspiração para escritores como Jorge Amado. Revelou o zagueiro da seleção canarinho Aldair para o mundo, o ator Fábio Lago para as telonas e telinhas, o surfista Jojó de Olivença foi bi-campeão brasileiro e paulista, além de abrilhantar o circuito mundial por vários anos, inspirando vários outros grandes nomes revelados no litoral ilheense. Por aqui foram gravadas três novelas exibidas em canal aberto em rede nacional e no exterior, também vários filmes inspirados em Ilhéus existem na cinematografia mundial, na música temos grandes nomes, como o saudoso Saul Barbosa, enfim, aqui além das inúmeras e singulares belezas naturais, temos agregado o valor humano e cultural.
Pena é não ter o que comemorar na passagem de tão ilustre data, pois há anos a inoperância dos gestores públicos, aliada a corrupção e o apossamento dos cargos públicos para o enriquecimento ilícito, vem sendo a tônica nas gestões no executivo e legislativo, acarretando a perda de receita, o desemprego, a caótica situação em que se encontra a saúde e a educação pública.
Fica a indignação dos munícipes e o alerta para as eleições de 2012, e para que não só fiquemos com a parte ruim, posto essa foto que relembra uma Ilhéus austera, progressista e organizada no início do século passado.
O advogado Rogério Brandão, especialista em ações em defesa da anulação dos débitos agrícolas dos produtores de cacau, no Estado da Bahia, foi enfático na reunião promovida pelo Sindicato dos Produtores Rurais de Itajuípe, realizada no último dia 9 de junho, no Casarão da Praça, município de Itajuípe. Segundo ele, os agricultores não devem renegociar seus débitos junto ao Banco do Brasil ou Banco do Nordeste “a não ser nos casos em que a dívida for muito pequena e não justificar uma ação judicial”. Ele argumenta que seu escritório já tem centenas de processos e muitos com vitória, anulando o débito e ainda exigindo a indenização devida. Na ocasião Brandão chegou a ler uma sentença proferida por um juiz da região, confirmando suas palavras. Ele também se pronunciou sobre a questão das execuções fiscais promovidas pelo Procuradoria Geral da Fazenda Nacional – PGFN .
