Para o dirigente da CNPC, a Ceplac e instituições parceiras desenvolveram tecnologias para manejo adequado da lavoura e controle da vassoura-de-bruxa e elevação da produtividade do agricultor e da produção. “Mas é preciso que o Governo reconheça, o endividamento impede novos financiamentos da produção e acesso a crédito. Aplicação tecnológica requer dinheiro e outros fatores como assistência técnica, insumos, etc. e o produtor está descapitalizado”, resumiu.
Na palestra “Encontro de Saberes: Cientificidade e Empirismo” Wallace Setenta disse ainda que a Ceplac tem de continuar liderando o processo de desenvolvimento da Região Cacaueira baiana. “A instituição é maior que os formuladores de políticas públicas do Estado e da União pelo que acumula de know-how. “Ninguém jamais pensou a região como a Ceplac que deve liderar as formulações de planejamento e desenvolvimento regional”, sintetizou.
Também foi palestrante o pesquisador francês Didier Clement, do Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento (CIRAD), que abordou o tema “Biologia Avançada Aplicada ao Melhoramento Genético do Cacaueiro”. Em resumo disse que a Ceplac, o Cirad e a Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesec) têm se juntado a instituições internacionais de pesquisa para obter variedades de cacaueiros resistentes às doenças, ao estresse ou qualquer caracteres de interesse – agronômicos ou de qualidade – com o objetivo de melhoramento genético.
Didier realçou que o Programa de Melhoramento Genético do Cacau conseguiu, com o desenvolvimento de tecnologias do DNA, explorar a diversidade, identificar e caracterizar genes vinculados à expressão dos caracteres procurados. O pesquisador francês também apresentou slides sobre os principais resultados obtidos nas atividades de pesquisa realizadas pela parceria Ceplac-Cirad e do genoma do cacau em consórcio com instituições de pesquisa da Europa e Estados Unidos.
Na abertura, após a saudação da diretora-técnica do Centro de Pesquisas do Cacau (Cepec, Stela Dalva Vieira Midlej e Silva, o pesquisador da Ceplac Dan Lobão destacou o fato de a lavoura cacaueira baiana manter por mais de 250 anos, através do sistema cabruca, as principais espécies nativas e essências florestais da Mata Atlântica, além de incorporar outras espécies como seringueira e bananeira em sombreamento. “Atualmente se fala de sustentabilidade, mas o produtor de cacau já fazia, mesmo que empiricamente”, destacou.