Surprendido pelos deputados Carlos Ubaldino e Angela Souza, Eliel Santana ficou sem condições de garantir o afastamento do PSC da base do governo
O presidente do PSC baiano, Eliel Santana, gerou polêmica ao participar ativamente das articulações nos bastidores da Assembléia Legislativa contra o governo Jaques Wagner (PT). Em entrevista ao Política Livre, Eliel afirmou que seu partido, após ter firmado apoio a candidatura do ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) ao governo, assumiu o compromisso de sair da base do governo.
Para oficializar a saída da bancada governista, o PSC chegou a apresentar um ofício à mesa diretora da Assembléia, assinado por todos os quatro parlamentares da legenda. Hoje, entretanto, os deputados Carlos Ubaldino e Ângela Souza, que sempre estiveram alinhados com o governo, retiraram as assinaturas, dividindo o partido, o que impediu que a decisão fosse efetivada.
“Na verdade, o PSC nunca foi governista, mas liberamos nossos deputados para votar no governo. Agora, não sei quem foi que colocou o PSC na bancada governista”, justificou-se Eliel, ao tomar uma verdadeira rasteira dos dois parlamentares. Para o presidente da legenda, a decisão de retirar a assinatura foi um “erro grave” dos dois deputados.
“Vamos ver qual a punição que cabe. Há uma convenção, que sabendo deste fato, vai dificultar a legenda para a eleição (dos rebeldes)”, ameaçou. Eliel rechaçou a possibilidade de o partido se manter na base governista. “Vou ligar agora à noite para o vice-presidente nacional, Everaldo Dias, para saber se ele quer Eliel na presidência ou dois deputados infiéis”, reclamou, completando:

“Como está, a liderança do governo está mandado mais que o partido”.

A Tarde