Com o novo vetor de crescimento que vai se formar na região de Ilhéus a partir de alguns investimentos previstos, como a construção do terminal privativo da Bahia Mineração (BAMIN) para o escoamento do minério de ferro, e a conseqüente demanda no setor de serviços, a empresa decidiu investir em um projeto de qualificação profissional para o mercado de trabalho.
Com esse objetivo, foi lançado ontem à noite (17), no restaurante Bom Sossego, na Ponta da Tulha, o projeto “Transformar”, com a presença de mais de 400 pessoas, entre estudantes, lideranças comunitárias, representantes do Governo Municipal e do Poder Legislativo. O projeto vai capacitar em sua primeira fase mais de 200 moradores da Ponta da Tulha, Ponta do Ramo, Retiro e Mamoan. De acordo com a diretora do Instituto Aliança, que vai executar a atividade, Solange Leite, o público a ser trabalhado é formado por jovens e adultos, e inclui também a formação de educadores sociais da própria comunidade.
“Temos um quadro de problemas no que se refere à geração de renda, e a chegada do Complexo Intermodal Porto Sul vai trazer muitas oportunidades de trabalho. No entanto, essas pessoas precisam estar preparadas para serem agentes transformadores das suas vidas, e não ficarem a reboque dos acontecimentos”, explicou Leite.
Para Ricardo Santos Cintra, de 22 anos, e morador da Ponta da Tulha, é a primeira vez que um projeto que traz boas expectativas para a vida dos jovens e da comunidade. “Quero me envolver mais com as coisas da comunidade, com a associação de moradores, e também quero estudar e fazer uma faculdade, e para isso tenho que ter um emprego, mas vou lutar e agarrar essa oportunidade”, disse Santos.
Cerca de 120 jovens já estão freqüentando um módulo básico, onde está sendo tratado a inclusão digital, a identidade, a auto-percepção, direitos humanos, sexualidade e saúde reprodutiva. Após essa fase serão iniciados os cursos de formação específica, que serão direcionados para as áreas de turismo e de manutenção predial.
“O projeto Transformar é a perspectiva de esperança, pois os jovens da comunidade não tinham o que fazer. Agora não quero mais ir embora, pretendo ficar aqui, ainda mais agora que vão surgir as oportunidades. Daqui a cinco anos pretendo estar cursando uma faculdade. Antes vou me capacitar para conseguir um emprego, e ganhando meu próprio dinheiro começo a faculdade”, afirmou com convicção o também moradora da Ponta da Tulha, André Teles da Silva, de 19 anos.
Já para o motorista aposentado e líder comunitário de Mamoan, Almir Carapia, de 75 anos, o clima entre os moradores das localidades é de otimismo. “Esse projeto é a salvação para a região, principalmente para a vida dos nossos jovens, que muitos já foram para outros lugares em busca de emprego, isso quando não acontece coisa pior, como o mundo das drogas”.
Compromisso
O Transformar representa o compromisso da Bahia Mineração em atuar de forma sustentável, contribuindo para o desenvolvimento econômico do município de Ilhéus, especialmente das comunidades em torno da Ponta da Tulha, área onde será construído o terminal marítimo da empresa.
Para o Gerente Geral de Comunicação e Desenvolvimento Sustentável da BAMIN, Amaury Pekelman, o investimento no programa é fundamental para a empresa, que pretende contribuir decisivamente para o desenvolvimento da região. “Além disso, é importante preparar essas pessoas para as oportunidades e os para os desafios que vêem pela frente. A geração de renda nessas comunidades e o aproveitamento da mão de obra local, devidamente capacitada, são fundamentais para a BAMIN”, afirmou Pekelman.
Ele ressalta ainda que, apesar do projeto de implantação do terminal privativo em Ilhéus, ainda estar em fase de licenciamento ambiental, a Bamin decidiu apoiar o desenvolvimento das comunidades locais, para que elas possam estar preparadas para aproveitar todas as oportunidades que surgirão futuramente. “Estamos em contato permanente com as comunidades do entorno do nosso projeto, conhecendo suas realidades, anseios e expectativas com relação à nossa empresa, e temos todo interesse em desenvolver projetos capazes de gerar renda o quanto antes para estas pessoas”, concluiu.