“ALÉM DE GERENCIAR AÇÕES E POLÍTICAS NA ÁREA DO MEIO AMBIENTE NA CIDADE DE ILHÉUS, A MARAMATA VEM CONTRIBUINDO DE FORMA EFICAZ, PROMOVENDO E REALIZANDO OFICINAS, CURSOS, PALESTRAS E SEMINÁRIOS, NUM TRABALHO DE ORIENTAÇÃO, CONSCIENTIZAÇÃO E DIFUSÃO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL. NÃO SÓ A MARAMATA, MAS TODOS NÓS TEMOS A RESPONSABILIDADE DE GARANTIR O FUTURO DA VIDA, CUIDANDO E ECONOMIZANDO ESTE PRECIOSO LÍQUIDO, QUE É A ÁGUA”.
(Gheerdson Ribeiro, Diretor-presidente da Universidade Livre do Mar e da Mata).
Não deixa de ser surpreendente que o planeta azul, com 70% de sua superfície coberta de água, se defronte com esse tipo de problema: A crescente falta de água potável. Segundo Antônio Olimpio Rhem, secretário do Meio-ambiente do Município de Ilhéus, a humanidade sempre tratou a água como um recurso inesgotável e começa a se dar conta de que não é bem assim. “Já é o momento de parar de vez com o desperdício”, afirma o secretário, que junto com a Maramata e o apoio do Ministério Público e instituições ambientais, já planejam ações de cunho educacional e de conscientização do uso correto da água, principalmente nas residências, escolas, repartições públicas, comunidades e localidades ribeirinhas.
Se não houver a conscientização das pessoas, 4 bilhões de seres humanos em todo o planeta, vão ficar sem água até 2035. “A situação é séria e preocupante até mesmo para o Brasil. Os rodízios no fornecimento em grandes centros urbanos já são um indicio de que a problemática se agravará. O Nordeste brasileiro sofre a falta de água potável e algumas cidades do sertão baiano começam a ser abastecidas por carros-pipas”, alerta Vila Nova, um dos mais respeitado formador de opinião regional e diretor do site www.otabuleiro.com
Em matéria reproduzida recentemente no Jornal Diário de Ilhéus, especialistas afirmam que a água doce corresponde a apenas 2,5% da massa líquida do planeta, e a maior parte dela está nas geleiras. O consumo de água foi multiplicado por 6 no século passado, enquanto a população mundial triplicou. A expansão da agricultura irrigada responde por 70% do uso de água no planeta e a escassez desse recurso já afeta quase 2 bilhões de pessoas, principalmente em países do Oriente Médio e do norte da África.
Já numa entrevista no Programa História Eletrônica, produzido por Job Veríssimo, o docente em geografia, Professor Chico Jr., afirma com muita propriedade a situação no Brasil: “temos 8% da água disponível no mundo. Só que 80% dela está na região amazônica, onde vivem apenas 5% da população brasileira. O Brasil detêm 77% das águas de superfície da América do Sul, mas é um dos que mais sofre com o desperdício, a poluição ambiental e a violação dos mananciais dos cursos de água. Infelizmente o brasileiro desperdiça muita água. Jogamos fora muita água potável. Um desperdício altíssimo calculado em 40%”, adverte o intelectual.
Em um material nos enviado pelo comunicólogo e assessor parlamentar, Emilío Gusmão (www.emiliogusmo.blogspot.com), o texto afirma que apenas 16% dos esgotos sanitários são tratados no Brasil, enquanto que o restante é jogado in natura nos rios. Ainda a título de informação, Emílio Gusmão nos esclarece: “Pouca gente sabe, mas no estado norte-americano do Arizona 80% da água reciclada volta às torneiras!”.
Já os blogueiros Jamersson Araújo (www.agravo.com.br) e Aderino França (www.ilheusamado.com.br), também nos contemplam e enriquecem ainda mais este texto, com outras informações: “Dos 190 milhões de brasileiros, 45% ainda não têm acesso aos serviços de água tratada e 100 milhões vivem sem esgoto sanitário. No Nordeste brasileiro, em torno de 15 milhões de pessoas são atingidas pela seca anualmente. – continuam ainda os companheiros de imprensa: “Ao relacionarmos água e saúde, obtemos dados preocupantes: 356 mil crianças com menos de 5 anos morreram no Brasil nos últimos 30 anos, em conseqüência do consumo de água contaminada, sendo que 40% destas mortes ocorrem nos estados nordestinos. Além disso, ao menos 70% das internações hospitalares foram pacientes vitimas de doenças transmitidas pela má qualidade da água, como disenteria, hepatite, cólera e esquistossomose.
Como todos poderam ler, esta é a real situação do fator água. É o desenho da irresponsabilidade de todos nós, cidadãos e autoridades.
Finalizo este artigo, parafraseando o amigo e competente jornalista, Roberto Santanna, Diretor da Revista Folha da Praia: ”Somente nos libertaremos deste cenário desolador se mudar-mos nossa mentalidade predadora para uma atitude de respeito e cuidado em relação à natureza. É preciso preservar a água…
…Água é vida “!
08 de junho de 2009.
Elias Reis
eliasreis.ilheus@gmail.com