Capacitação ensinará a criar abelhas nativas sem ferrão

Nos dias 27, 28 e 29 de março será ministrado o curso de Criação
Prática e Racional de Abelhas para os moradores das comunidades rurais, localizadas no perímetro da Área de Proteção Ambiental (APA) Costa de Itacaré/Serra Grande e entorno do Parque Estadual da Serra do Conduru. O técnico em agropecuária, Cosme Nunes Pereira, vai ensinar como capturar, manusear e multiplicar as colméias. O curso faz parte do Programa de Capacitação e Implementação da Prática da Meliponicultura (criação de abelhas nativas sem ferrão) na APA Costa de Itacaré/Serra Grande, realizado pelo Projeto Corredores Ecológicos na Bahia.

A capacitação será ministrada em dois módulos, sendo um teórico com
carga horária de 16 horas que ocorrerá em Taboquinhas e um prático com
carga horária de 8 horas, que acontecerá em Itacaré. O objetivo é
capacitar 20 agentes multiplicadores de meliponicultura. Os conteúdos
técnicos das atividades a serem desenvolvidas no curso baseiam-se,
principalmente, nas recomendações constantes do Sistema de Produção de
Apicultura para o Estado da Bahia, elaborado pela Secretaria de Agricultura e instituições parceiras como Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC), Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Escola de Agronomia da UFBA, Escola Média de Agropecuária Regional da CEPLAC (EMARC), Escola Agrotécnica Federal de Catú, Sebrae, entre outras.

O maior desafio que se impõe à gestão de uma Unidade de Conservação
como uma APA é conciliar conservação com desenvolvimento humano. O
programa de capacitação, ao fomentar meliponicultura como estratégia de desenvolvimento rural sustentável para as comunidades rurais localizadas no perímetro da APA Costa de Itacaré/Serra Grande, poderá contribuir para geração de oportunidades de emprego e renda em nível local, compatíveis com medidas de proteção ambiental previstas para a região.

MELIPONICULTURA

“As abelhas sem ferrão são responsáveis por 90% da polinização das
espécies nativas da Mata Atlântica”, informa Cosme Nunes. Segundo os
especialistas, o mel das abelhas sem ferrão é considerado o mais
delicioso que existe, além de ser diferenciado por sua consistência,
aroma, coloração e sabor.

A meliponicultura tem grande potencial econômico por ser uma atividade de baixo custo, o que eleva a renda mensal dos envolvidos. Um grupo de 40 colméias de abelhas nativas produz em média, dependendo da florada, cinco quilos de mel por colméia, totalizando 200 quilos de mel de abelhas nativas ao ano. “A produção de cinco quilos por colméia depende da espécie criada, como é o caso da uruçu”, confirma Cosme. O preço do mel tem sido variável, uma vez que a oferta é maior ou menor em algumas regiões. O litro do mel vem sendo vendido por preços entre R$ 20,00 e R$ 30,00 reais, no Amazonas, e chegando até R$ 150,00 em Pernambuco, para o mel de Uruçu. As principais espécies de abelhas indígenas popularmente conhecidas como sem ferrão, são urucu verdadeira, uruçu amarela, jataí, mandaçaia e tiúba amarela.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *