EM 2009, O PROMO INVESTIRÁ NO AUMENTO DA CULTURA EXPORTADORA E NA ABERTURA DE NOVOS MERCADOS
28 de janeiro. Dia do comércio exterior. Para o Promo-Centro Internacional de Negócios da Bahia, que trabalha desde 1970 em prol do incremento das exportações baianas, a Bahia, apesar da crise internacional, tem muitas razões para comemoração.
De acordo com o Promo, vinculado à Secretaria da Indústria, Comércio e mineração do Estado (SICM), muito tem se falado sobre a necessidade de expansão ainda maior das vendas externas baianas e do potencial do Estado para que isso se torne uma realidade. Mas afinal o que está impedindo o alcance deste objetivo?
“O que se constata é que, para atingir resultados mais significativos, torna-se fundamental, entre outras iniciativas, unir esforços para a formação de uma cultura exportadora no Estado”, declara Ricardo Saback, superintendente do Promo.
Segundo Saback, o caráter prioritário que o Governo Federal e Estadual vem tratando o tema das exportações seja através da Política Industrial, seja através dos recursos destinados à Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (APEX Brasil) para a promoção do comércio exterior brasileiro, além da assistência, promoção e capacitação que a SICM desenvolve através do Promo junto às pequenas e médias empresas baianas, precisa encontrar ressonância no meio empresarial, para que os objetivos sejam efetivamente alcançados. “Isto não significa que o setor empresarial venha dispensando pouca atenção ao assunto. É que, face às circunstâncias adversas que o cenário internacional apresenta neste início de ano, a tarefa de incrementar as exportações é ainda mais dependente de forte mobilização”.
Neste sentido, o Promo tem trabalhado em conjunto com a iniciativa privada a fim de ampliar o universo de empresas, principalmente pequenas e médias, engajadas no comércio exterior. As ações voltadas ao conhecimento dos vários aspectos relacionados à atividade exportadora têm também o propósito de mostrar as vantagens a ela inerentes.
TREINAMENTOS
Além dos treinamentos que ocorrem durante as Oficinas de Comércio Exterior, palestras e cursos para segmentos específicos da indústria e comércio fazem parte da programação de capacitação do Promo para 2009.
PROJETO COMERCIAIS EXPORTADORAS
Constitui iniciativa importante também na direção de um maior esforço exportador do Promo o Projeto Comerciais Exportadoras que visa incentivar e aproximar pequenas e médias empresas de estruturas de comercialização voltadas para o mercado internacional. “O projeto pretende articular parcerias entre comerciais exportadoras e pequenas e médias empresas baianas em diversos segmentos que possuem potencial de exportação, mas que ainda não têm recursos e experiência para estabelecer internamente uma estrutura de comercialização voltada para o mercado internacional”, explica Saback.
METAS
De acordo com técnicos do Promo, dobrar a participação da Bahia nas exportações brasileiras a curto prazo é uma meta audaciosa como todas as metas devem ser. A ênfase na formação de uma cultura exportadora no Estado é fundamental, já que é ainda bastante concentrada a participação de empresas na pauta de exportação baiana. Despertar o interesse de empresas que, embora capazes, hesitem em atuar no mercado externo é um dos principais objetivos.
“A implementação de outras ações, como a reestruturação dos portais de informação, assessoramento e divulgação de oportunidades de negócios, a pesquisa constante de mercados para os produtos baianos, a melhor divulgação do produto baiano no exterior, por intermédio da participação de feiras e missões comerciais, é imprescindível serem mantidos para que resultados mais favoráveis sejam alcançados ainda em 2009”, acrescenta Saback.
ABERTURA DE NOVOS MERCADOS
Ações de promoção e de diversificação de mercados empreendidas por diversas empresas exportadoras têm sido apoiadas pelo Governo do Estado através do Promo, especialmente nas áreas de sisal, rochas ornamentais e alimentos.
De acordo com estatísticas do Promo, mercados não tradicionais como México, China, Cingapura, Venezuela, Coréia do Sul, Índia, Indonésia e Peru figuram dentre os maiores destinos das vendas externas baianas em 2008 num esforço de diversificação de mercados consistente, que ampliaram a participação baiana no comércio internacional.
Segundo estudos do Promo, o crescimento das exportações baianas só poderá ser sustentável numa perspectiva de médio e longo prazo se for possível garantir uma pauta exportadora diversificada em produtos e mercados. Além disso, é necessário aumentar a participação de produtos com maior valor agregado.
O Promo acredita que, na medida em que o epicentro da crise está nos países desenvolvidos, é preciso investir na abertura de novos mercados, sobretudo em países emergentes para que o fluxo de comércio revigorado ajude a manter o ciclo econômico do estado e do país em movimento.
“A diversificação de mercados e produtos constitui-se em dimensão relevante da estratégia de combate aos efeitos da crise financeira internacional na medida em que conduz a uma menor dependência em relação aos mercados centrais e reforça o papel das exportações como instrumento de fortalecimento da capacidade da economia do País de absorver choques externos”, explica o superintendente do Promo, Ricardo Saback.
Segundo ele, o trabalho de busca por novos mercados é importante para o enfrentamento da crise global provocada pelos países ricos. “As iniciativas de cooperação entre os países emergentes devem ser intensificadas no sentido de superar obstáculos – que não são poucos nem devem ser menosprezados – para a abertura de novas janelas de oportunidades que consolidem o aumento do fluxo de comércio entre esses países”.
Saback continua, “precisamos de uma política agressiva de promoção das exportações. Não se trata apenas de fazer mais, mas de fazer diferente. A nova estratégia requer uma sintonia entre governo e exportadores para vencer barreiras técnicas e fitossanitárias para entrar em canais de distribuição, promovendo a imagem de qualidade do produto e também do destino turístico baiano”.
INDIA
Pensando nessas novas estratégias, o Promo começou a desenvolver mais intensamente estudos de mercados emergentes e a possibilidade de inserção dos produtos baianos neles. O primeiro trabalho de 2009 foi realizado com a Índia, onde foram identificadas oportunidades em diversos segmentos.
Através de análises que cruzaram os dados sobre as importações indianas do Brasil e do mundo, seu dinamismo, performance e potencial importador a ser explorado, versus a pauta baiana de exportação para a Índia e para o mundo, produtos potenciais e perspectivas de crescimento, foram definidos 158 produtos prioritários de exportação da Bahia para a Índia.
Para efeito de demonstração desse trabalho e com foco no perfil dos programas do Promo, voltados prioritariamente para as médias e pequenas empresas, foram selecionados 20 produtos para informações mais detalhadas, levando em consideração o segmento, porte da empresa na Bahia e potencialidade de expansão de produção
Essas informações poderão ser estendidas aos 158 produtos considerados prioritários e balizarão iniciativas de promoção comercial no mercado indiano, assim como possíveis missões comerciais a serem organizadas para diversificação e ampliação da pauta de exportações do estado.
COMÉRCIO BILATERAL BAHIA x INDIA
A corrente de comércio entre a Bahia e a Índia passou de US$ 25 milhões para US$ 141 milhões entre 2003 e 2008, aumentando assim o comércio bilateral em 541,6%. As exportações baianas no período aumentaram em média 9,3% ao ano nos últimos cinco anos. Em 2008, as exportações para Índia superam o valor de 2007, atingindo US$ 32,5 milhões, 27,8% acima do ano anterior.
As importações também crescem, inclusive acima das exportações, em média 62% ao ano. Em 2008, atingiram o recorde de US$ 108,4 milhões, determinadas por volume significativo de compras de óleo diesel pela Petrobrás (86% desse total).
As vendas baianas são predominantemente de produtos petroquímicos (mais de 88% de participação em 2008), principalmente acrilonitrila (49,4% de participação em 2008). Pedras preciosas, sisal, algodão, cravo e óleo de soja formam o restante da pauta, que tem ainda grande potencial.
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