Através da sua tendência natural de racionalizar seus atos, procurando justifica-los, o homem sentiu a necessidade de ampliar seu campo de ação. Uma das alternativas, foi o deslocamento em busca de novas experiências e descobertas.O interesse dos homens pelas viagens data da Antiguidade, sendo por diversos motivos, e, também, de acordo com o momento histórico: econômicos (descobrimento e conquista de novas terras), religiosos (as Cruzadas), culturais (deslocamento dos filósofos e artistas), esportivos, que também eram políticos (acordos, tratados, reafirmação das soberanias). Embora prevalecessem as visões econômica e técnica, o entendimento do turismo era atropelado pela multiplicidade de interpretações.
Uma percepção crítica do que representa o turismo parte, em princípio, da distinção entre esse fenômeno e o que representa o lazer, antes e depois do advento da sociedade industrial. O tempo livre propicia um incremento cada vez maior das atividades voltadas para o lazer e o turismo externo, com o deslocamento de pessoas para locais que não os de vivência cotidiana.
A Revolução Industrial, as diversas inovações, em nível tecnológico e do processo de trabalho, configuraria o fenômeno do Turismo de forma mais organizada e comercial.A atividade turística teve um crescimento exponencial, a partir do início dos anos 80, durante o processo de internacionalização da economia mundial. Para tal, foram fundamentais os avanços nos transportes e nas comunicações, além de técnicas mercadológicas que permitiram o aperfeiçoamento do setor. Naturalmente, o marketing turístico, a princípio, insere-se baseado na ideologia capitalista e nos conceitos tradicionais de marketing, de bens tangíveis.
Em pleno século XXI, o turismo é reconhecido como uma das atividades mais dinâmicas e prósperas do mundo. O turismo ganhou a qualificação de fenômeno de massa e se tornou uma atividade importante para a acumulação e reprodução do capital através de mecanismos específicos, como as redes transnacionais de hotelaria e de transportes, instrumentos esses de grande importância para a economia internacional e global do turismo.
Os efeitos do crescimento do turismo não se dão apenas em nível econômico, mas há toda uma dinâmica de implicações que evidenciam as suas várias dimensões, sejam elas sociais, políticas, culturais e psicológicas, além das econômicas. Esta expansão do turismo é determinada, principalmente, por dois processos que se complementam e interagem. Um processo é de caráter socioeconômico e, o outro é caráter histórico-cultural.
O turismo tornou-se um grande impulsionador da circulação de pessoas e intercâmbio cultural entre os povos, além de contribuir para geração de divisas pelo mundo todo. Sendo assim, a atividade turística é de suma importância para a economia local, regional, nacional ou mundial. Ela influencia na redução de desigualdades regionais, melhor distribuição de renda, geração de empregos e divisas, ocasionando uma melhor arrecadação de impostos a serem empregados na localidade. Além disso, é uma ferramenta para a preservação e difusão do patrimônio histórico, artístico e cultural e do meio ambiente. Vale ressaltar que o mito do desenvolvimento auto-sustentável não é uma questão unânime e linear. Sendo imprescindível um planejamento turístico, com visão de longo prazo, tendo em vista a minimização de possíveis impactos negativos. No turismo não ocorre encadeamento produtivo; os insumos e as saídas são muito heterogêneos. Existem, sim, diversas cadeias produtivas que se relacionam com o turismo.
Por Lívia Silva – Turismóloga