A Ceplac obteve licenciamento ambiental do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente de Ilhéus (Condema) para produção do Tricovab (Trichoderma stromaticum) como parte das exigências do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para a concessão do registro definitivo do biofungicida Tricovab. O produto foi desenvolvido pelos técnicos do Centro de Pesquisas do Cacau (Ceplac/Cepec) e será usado no combate ao fungo causador da vassoura-de-bruxa do cacaueiro.
Durante a sessão do Condema, no dia 25, o chefe do Centro de Pesquisas do Cacau, Jonas de Souza, e o fiscal federal agropecuário e pesquisador da Ceplac João de Cássia do Bomfim Costa apresentaram os esclarecimentos exigidos em relatório pelo secretário municipal de Meio Ambiente, Antonio Olimpio Rehem da Silva. O licenciamento ambiental requerido pela Ceplac foi aprovado por aclamação, em uma sessão histórica, o que permitirá ao órgão, vinculado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a partir do registro definitivo, utilizar o Tricovab como agente controlador do fungo Moniliophtora perniciosa, dentro do manejo integrado da vassoura-de-bruxa.
O chefe do Ceplac/Cepec explica que o processo para a obtenção do registro definitivo foi iniciado há cinco anos e vem vencendo etapas, a partir de diretrizes e orientações dos órgãos fiscalizadores. A partir da publicação de Portaria pelo Mapa, em julho de 2007, a tramitação se acelerou no que tange ao registro de agentes de biocontrole. “Há outras etapas que precisam ser perseguidas visando o registro definitivo, a exemplo de estudos de natureza físico-químicas para compor a documentação exigida pelos órgãos competentes”, completa João de Cássia, que juntamente com José Luis Bezerra, Givaldo Rocha Niella e Luís Carlos Cordeiro de Almeida, desenvolvem os estudos no Cepec.
O FUNGO
O fungo Trichoderma stromaticum foi isolado na serrapilheira do cacau Amazônico pelo pesquisador Cleber Novaes Bastos, da Superintendência Oriental da Ceplac no Pará, na década de 80. Posteriormente, em 1995, João de Cássia iniciou estudos em campo, na Fazenda Brasil, em Uruçuca, no sul da Bahia, utilizando-se do fungo. O pesquisador verificou uma redução expressiva, da ordem de 99,7%, no número de cogumelos (basidiomas) formados pelo fungo Moniliophtora perniciosa, causador da doença, em vassouras deixadas na serrapilheira e de 56,6% nas vassouras deixadas na copa do cacaueiro.
“A partir da eficiência do Trichoderma stromaticum em inibir a produção dos cogumelos, a Ceplac buscou usá-lo no manejo integrado da vassoura-de-bruxa. Para tanto, houve a necessidade de se multiplicar o fungo e, em 1999, foi inaugurada a unidade de biocontrole na sede regional da Ceplac para o desenvolvimento do biofungicida denominado Tricovab, cujo principio ativo é o fungo Trichoderma stromaticum”, informa João de Cássia. O Tricovab será um produto comercial que ficará à disposição do produtor de cacau como mais uma ferramenta tecnológica para o controle da vassoura-de-bruxa.
Segundo o pesquisador, o produto biológico é obtido pela fermentação natural do fungo Trichoderma stromaticum em arroz dentro de um processo tecnológico que envolve pesquisas de laboratório em diversas áreas. A aplicação do Tricovab será feita com pulverizações sobre vassouras removidas das plantas infectadas nas plantações de cacau, principalmente aquelas deixadas no solo.
Assessoria de Comunicação da Ceplac