Quando, Yuna Hua, uma garota de 17 anos de idade comprou um novo laptop para usar na escola, ela optou por um menor, mais leve e barato para substituir seu pesado e caro computador.
Como muitos consumidores, Hua considera que ela não precisa de um laptop de US$ 1,5 mil para suas necessidades cotidianas. “É muito mais barato e mais fácil de usar e carregar”, disse Hua, aluna de segundo grau que usa seu notebook principalmente para trabalhos escolares, navegar pela internet e games.
Fabricantes de computadores como a Acer e Asustek Computer exibiram laptops mais simples, que custam um terço dos notebooks maiores, na feira de computação Computex, que acontece nesta semana em Taiwan.
O objetivo é abrir um novo mercado e reforçar a posição dos fabricantes de computadores pessoais. As líderes de mercado Hewlett-Packard e Dell devem seguir a tendência com modelos ultraportáteis semelhantes, no segundo semestre do ano, segundo analistas.
“Pode-se facilmente dobrar o mercado de notebooks, com aparelhos como esses”, afirma presidente da Acer, Gianfranco Lanci.
Alguns analistas dizem que esses computadores de baixo custo, que variam entre 18 cm a 25 cm de comprimento e pesam cerca de 1 kg, poderiam terminar substituindo os notebooks comuns.
Mas eles afirmam que esses computadores também abriram um novo segmento nesse mercado. “Há uma população enorme em países emergentes que pode pagar por esses laptops. Eles [os PCs] podem estar ‘canibalizando’ um pouco do atual mercado de notebooks, mas também estão expandindo o mercado de maneira rápida, muito rápida”, afirma o analista Alvin Kwock, do JP Morgan.
Segundo ele, entre 10 milhões e 15 milhões de unidades de modelos de baixo custo devem ser vendidas no mundo neste ano.
Outros analistas são menos otimistas. “Nós achamos que é irreal. A idéia de utilizar mercados emergentes como público-alvo para esses produtos é falsa, já que a maioria das pessoas ali não terão dinheiro para comprá-los –e aqueles que podem vão preferir um laptop profissional”, afirma Bob O’Donnell, vice-presidente da IDC Corp.
“Nós estamos extremamente conservadores com esse mercado. Eu vejo esses produtos como atrativos para estudantes e mulheres que querem computadoras que caibam em uma bolsa, mas por enquanto tem havido apenas exagero da indústria”, afirma o analista.
Brasil
Em maio, a Positivo Informática apresentou um notebook ultraportátil popular ao custo de R$ 999. O computador, chamado Mobo, pesa 1,1 kg, tem tela LCD de 7 polegadas e 512 MBytes de memória RAM. Segundo pesquisas da Positivo, membros da classes A e B têm na atualidade o objetivo de comprar um segundo computador para a casa, optando por um laptop.
Esse é o segmento de mercado que a empresa espera alcançar com o Mobo. Para a Positivo, a classe C prefere desktops, que podem ser compartilhados pela família.
Reuters