A descoberta do vírus da Aids completou esta semana 25 anos. Muitos avanços foram registrados no tratamento da doença. Mas a descoberta de uma vacina eficaz ainda está longe de acontecer, segundo especialistas. E a doença, antes restrita a alguns grupos de risco, é considerada hoje uma ameaça para toda a população.
Há nove anos a uruguaia Rosário Piriz descobriu que havia contraído o HIV. O vírus foi transmitido a ela pelo marido, usuário de drogas. Rosário lembra que sofreu com o preconceito. Os anos se passaram e O portador do vírus HIV, que o início dos anos 90 morria em poucos meses, passou a viver mais a partir de 1996, com o uso do coquetel de medicamentos.
Um dos remédios levou rosário à depressão. Hoje ela dá palestras sobre a doença e participa de atividades educativas em bairros populares. O Grupo de Apoio e Prevenção à Aids (Gapa) testemunha há duas décadas a vida de portadores dando atendimento psicológico, jurídico e oferecendo cursos profissionalizantes.
‘A Aids sempre foi conhecida como uma peste gay. Isso gerou muito preconceito, muito estigma na sociedade. Hoje todo mundo é vulnerável à contaminação’, afirma Harley Henrique, coordenador do GAPA. Nesses 25 anos de trajetória da Aids, algumas siglas surgiram para identificar diferentes tipos de orientação sexual.
Primeiro foi a sigla GLS, uma referência a gays, lésbicas e simpatizantes. Há dois anos o Ministério da Saúde reconheceu a sigla HSH, que quer dizer homens que fazem sexo com homens, mas não se assumem homossexuais. Segundo os especialistas, o HSH tem seis vezes mais chance de contrair o vírus da Aids do que as pessoas que assumem a opção sexual.
Ibahia