Um levantamento feito por tributaristas revelou o quanto o brasileiro paga, de impostos, na hora de comprar produtos essenciais. Segundo o IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário), no Brasil, os impostos somam em média 22,5% do preço de alimentos, bem mais que na Inglaterra ou nos Estados Unidos, por exemplo.
Cada alimento tem embutido no preço, segundo o instituto, no mínimo seis impostos: PIS, Cofins, ICMS, IPI, contribuição previdenciária, imposto de renda e contribuição social sobre o lucro.
A aposentada Otília Gomes de Paula sabe que quando faz compras paga para o governo. “Em tudo tem imposto. No caso do feijão, em média 15% do que o consumidor paga são impostos. “Eu acho alto”, diz a aposentada.
O impacto ainda maior sobre outros alimentos. Na carne bovina, 17% do preço são impostos; nos ovos de galinha, 20% e biscoitos, 37%.
A farmacêutica Márcia Correira queria os valores na embalagem. “Porque aí o consumidor saberia exatamente o que ele está comprando e o que ele está pagando”, diz.
O consumidor pode até não ser informado detalhadamente sobre o que está pagando. Mas o governo sabe que os tributos pesam no custo dos alimentos, tanto que com a ameaça da inflação, anunciou: vai reduzir impostos que incidem sobre o pãozinho para compensar os aumentos de preço.
O dono de supermercados acha insuficiente. “Quem dera que fosse só a inflação, há um aumento brutal da carga tributária hoje em dia”, afirma o empresário Artur Gandini Silva.
Segundo o tributarista Gabriel Amarante, a Constituição já prevê a redução dos tributos sobre produtos considerados essenciais. “Mas isso não é observado. Por isso, no final das contas, o consumidor que tem um produto extremamente essencial que é a comida, arroz, feijão, açúcar, paga um tributo muito alto.”
“Eu acho que se o governo limitasse o imposto a gente conseguiria muito mais coisas”, afirma a cabeleireira Aparecida Carvalho.
“Essa renda que sobraria um pouquinho a mais pro trabalhador eu poderia estar investindo em outra coisa, no caso, outro produto, levando até mais mercadoria e aqueceria muito mais a economia do país”, diz o vendedor David Marcos.
G1