Bahia de fora do plano da Copa de 2014

A Bahia ficou de fora do plano para garantir infra-estrutura de transporte aos turistas e à população na Copa do Mundo de 2014, que será realizada no Brasil, entregue pela ministra do Turismo, Marta Suplicy, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ontem à tarde, o presidente do Sinaenco/BA (Sindicato da Arquitetura e Engenharia da Bahia), Claudemiro Santos Júnior, durante o Seminário “Desafios da Bahia para sediar a Copa de 2014”, no auditório da Escola Politécnica da Ufba, em Salvador, cobrou explicações do governador da Bahia, Jaques Wagner, sobre a ausência do Estado no projeto.

“Não entendemos porque Salvador está fora da lista de cidades beneficiadas pelo projeto. Esperamos que as autoridades do Estado cobrem uma explicação sobre o motivo da exclusão”, declarou o presidente da Sinaenco/BA. O projeto elaborado pela ministra do Turismo Marta Suplicy, em parceria com os Ministérios do Esporte, Transporte e das Cidades, entregue na segunda-feira contemplou apenas as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Niterói, Belo Horizonte, Porto Alegre, Fortaleza, Recife, Olinda, Natal, Maceió e Brasília.

O seminário foi o primeiro de uma série que ainda será realizada pelo Sinaenco em várias cidades do país consideradas com potencial para sediar uma das chaves da Copa do Mundo. A próxima etapa do projeto será realizada em junho, em Recife. Entre os presentes estavam o presidente nacional e estadual do Sinaenco, José Roberto Bernasconi e Claudemiro Santos Júnior, o presidente do Crea/BA (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura), Edgar Cerqueira, e o presidente do Sinduscon (Sindicato da Indústria da Construção Civil), Vicente Matos. Dentro das apresentações dos palestrantes, foram discutidas algumas providências a serem tomadas na Bahia para dar ao Estado condições para conseguir ser eleita uma das sub-sedes para a Copa do Mundo de 2014. Os temas da mobilidade urbana e do turismo foram os mais abordados pelos palestrantes. “ As cidades que forem escolhidas para sediar uma das chaves devem estar estruturalmente preparadas para receber quatro seleções nacionais e toda a comitiva que as acompanha, que vai do torcedor até os mais importantes dos cartolas”, disse José Roberto Bernusconi, presidente nacional do Sinduscon.

Ainda não foram entregues ao governo do Estado o resultado dos estudos realizados, por sete empresas, para o estádio da Fonte Nova, que resultará em um projeto que visa solucionar o problema da área, mas para o presidente do Sinduscon, Vicente Matos, algumas soluções são inevitáveis. “O estádio da Fonte Nova deve ser demolido para a construção de um novo. No mínimo, o anel superior será totalmente descartado”, adiantou o presidente.

Ainda faltam seis anos para a Copa de 2014, mas para o tamanho das obras, o tempo pode ser um grande inimigo. “Nós ainda não estamos atrasados em relação às obras de infra-estrutura, mas precisamos começar a discutir as soluções o quanto antes.

A previsão para o início dos trabalhos é final do ano que vem ou no início de 2010”, declarou Vicente Matos.

“Não dá para fazer a grama crescer”

A frase acima, um desabafo da presidente da Conder, Maria Del Carmen, mostra a preocupação e aflição do governo do Estado para a situação inconstante das obras do Estádio Municipal de Pituaçu. Agora, pouco importa se a reforma será retomada hoje, amanhã ou daqui a um mês. O certo é que no prazo estabelecido para a entrega do estádio ao Esporte Clube Bahia, para o mês de agosto, não poderá mais ser cumprido. Devido a tantos atrasos e empecilhos por causa da chuva, hoje, nem que se triplique o número de operários ou a jornada de trabalho a obra será concluída, pois a grama do campo precisa de um tempo para crescer e deveria ser plantada até dia 31 deste mês.

De acordo com a análise dos engenheiros que acompanham a reforma em Pituaçu, apenas 40% da infra-estrutura do novo estádio foram realizadas, e para que a grama seja plantada é preciso que a arquibancada esteja pronta e ocorra à liberação de materiais que se encontram no local onde o campo será feito. Diante disso, tudo indica que a grama somente será plantada no mês de junho.

Mesmo sabendo que o prazo não será mais cumprido, o impasse entre trabalhadores e a Construtora NM que está à frente das obras de Pituaçu vai ter que acabar. E ontem, o movimento grevista acatou uma proposta da Delegacia Regional do Trabalho (DRT) e suspendeu a greve, iniciada na última semana, até a sexta-feira, quando sindicato e patrões voltam a se encontrar na sede da DRT para formalizar um acordo que acabe definitivamente a greve.

Na reunião entre o Sindicato da Construção Pesada (Sintepav) e a construtora, que representa o consórcio responsável pelas obras, a DRT apresentou a proposta para que as empresas paguem o piso salarial definido pela convenção coletiva da categoria, de R$ 744,40, além de outros benefícios definidos na convenção.

Os empresários alegaram que a proposta não poderia ser aceita de pronto, pois o pagamento destes benefícios não estava previsto no orçamento original da obra, o que geraria despesas a mais. Foi solicitado um prazo até a sexta-feira para que uma resposta fosse dada acerca da negociação, o que foi aceito pela categoria em assembléia na manhã de ontem.

Tribuna da Bahia

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