O Brasil recicla 18% do plástico que consome. São 768 mil toneladas de material dos 4,27 milhões de toneladas de resinas fabricadas, informa a Plastivida Instituto Socioambiental dos Plásticos. Até bem pouco tempo, produtos plásticos descartados condenavam o meio ambiente à convivência quase eterna, de séculos, como um rejeito que não degrada. Agora não, até o PVC, aquele plástico usado em bolsas, sacolas ou encanamentos pode ser reciclado.
Entre os tipos de plástico que podem ser reciclados estão o PET (como frascos e garrafas para uso alimentício, filmes para áudio e vídeo), Pead (como embalagens para detergentes e óleos automotivos, sacolas de supermercados e tampas) e PVC (embalagens para água mineral, óleos comestíveis, maionese, sucos e remédios).
Há três de reciclagem: mecânica, química e energética. A mecânica é aquela que transforma o material descartado em grânulos para fabricação de outros produtos. A química consiste em transformar o resíduo plástico em matéria-prima pretroquímica básica. Por fim, a energética transforma resíduos, por meio de incineradores, em energia.
Um exemplo de aproveitamento total da matéria-prima vem sendo adotado pela Femapri, empresa instalada em Guarulhos, na Grande São Paulo. Desde julho de 2007, faz a reciclagem mecânica do PVC. Maurício Antonio da Silva, diretor comercial da empresa, afirma que “todas as sobras são recicladas e a meta é, em futuro próximo, fazer com que os produtos retornem do consumidor final para a Femapri, através do correio”.
Somente em abril, a empresa economizou 5% do faturamento mensal com a reciclagem. “Produzimos hoje mais de 20 tipos de embalagens, dentre elas um envelope de plástico, usado em eventos e na comunicação interna e externa de grandes empresas”, informa.
Recentemente, o Instituto do PVC, em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), lançou o Guia de Reciclagem Mecânica do PVC: uma oportunidade de negócio, para mostrar ao pequeno empresário que a reciclagem do PVC é uma atividade lucrativa. “Um dos benefícios para as pequenas e médias empresas é que no guia constam simulações realizadas pela USP, mostrando alternativas de investimentos e as possibilidades de retorno”, diz Miguel Bahiense Neto, diretor-executivo do instituto, segundo sua assessoria. “O guia cria um elo importante com as pequenas e médias empresas, candidatas ao desenvolvimento sustentável.”
O PVC é 100% reciclável e é o único plástico que não é totalmente originado do petróleo. Ele é composto por 57% de cloro, derivado do cloreto de sódio (sal de cozinha) e 43% de eteno (derivado do petróleo).
Cotação da tonelada de CO2 sobe para 16,85 euros
Os créditos de carbono para países não obrigados a reduzir suas emissões de gases de efeito estufa se valorizaram e vêm sendo negociados já próximos de 17 euros a toneladas de dióxido de carbono (CO2) ou seu equivalente em outros gases. As reduções certificadas de emissões (RCEs) para entrega em dezembro de 2008 subiram de 16,00 para 16,85 euros, informa Maurik Jehee, responsável pelas vendas de crédito de carbono do ABN Amro Real.
“Grande parte dessa valorização veio por conta da publicação de um relatório da Unep Risoe Centre (URC), baixando a expectativa de entrega das RCEs no período 2008-2012. A URC reduziu a sua expectativa de 1,8 bilhão para 1,5 bilhão de toneladas, uma queda significativa de 17%. A principal razão é conhecida: atraso nos processos de validação e registro dos projetos”, informa.
Enquanto as reduções dos países emergentes se valorizam, as permissões entre países da Europa, que têm compromisso com a queda na liberação de gases-estufa, ficaram praticamente estáveis, entre 24,00 e 25,00 para entrega também em dezembro de 2008.
O relatório da URC representa somente uma das várias opiniões do mercado e há previsões bem mais otimistas, diz Jehee. “Sabemos que a liquidez do mercado de RCEs continua bem inferior à das permissões na Europa, o que pode significar que esta alta pode ter caráter mais temporário”, observa
Energia do vento beneficia quatro Estados
O Cariri vai ganhar um parque eólico com 42 aerogeradores na Baixa do Maracujá, na serra do Araripe, informa a assessoria da Eletrobrás. Os cata-vento gigantes devem alimentar turbinas com potência para dois megawatts (MW) cada num total de 84 MW, que serão injetados na rede de distribuição de energia da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf).
O projeto é da SoWiTec do Brasil Energias Alternativas Ltda, com sede em Natal, que iniciou o trabalho de aproveitamento da força dos ventos para transformação em energia elétrica na Alemanha. Há instalações em desenvolvimento nos Estados do Rio Grande do Norte, Alagoas, Bahia, Piauí, Sergipe e Ceará.
O Parque Eólico do Cariri deveria ocupar a floresta nacional do Araripe, mas o geólogo Francisco Jackson Antero de Souza, chefe da Unidade de Conservação Federal APA Chapada do Araripe, argumentou que o acesso às torres geradoras de energia contribuiria para a devastação da vegetação. Além disso, há poluição sonora, além de as torres gigantes afetarem a paisagem.
Jackson indicou duas áreas fora da floresta e orientou que o pedido de licença fosse encaminhado ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, a quem cabe a autorização para exploração dos serviços. Depois da concessão da licença, a próxima etapa é a assinatura de contrato para arrendamento das áreas com os respectivos proprietários.
De acordo com o projeto, a energia eólica possibilita mais postos de trabalho do que qualquer outra fonte de energia. Estima-se que, para um parque eólico de 100 MW são gerados 250 empregos diretos na construção do empreendimento e mais 100 para manutenção e operação. Cada MW representa investimento de R$ 4 milhões, gerando crescimento sustentável e renda.
A energia eólica requer vento constante, mas não excessivamente forte. É considerada uma limpa, já que não requer uma combustão que produza resíduos poluentes nem a destruição da natureza. No entanto, a quantidade de energia produzida é ainda uma mínima parte da que se consome pelos países desenvolvidos.
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