Curso exportações do agronegócio gera boa expectativa ao 9º Agro Int

A maioria dos participantes considerou essencial para o desenvolvimento do Sul da Bahia a iniciativa do Núcleo de Integração para Exportação (NIEx) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em promover até amanhã o Curso de Integração do Agronegócio para Exportação (9º Agro Int), no Centro de Treinamento da Ceplac, Km 22 da rodovia Ilhéus-Itabuna. “São muitos os desafios que temos da porteira para fora”, disse o agrônomo Antonio Carlos Murilo Santos.
A cacauicultora Lola Gedeon Lucas, que trocou o Texas, Estados Unidos, pela fazenda, em Floresta Azul, a 481 quilômetros de Salvador, para não perdê-la, após a eclosão da doença vassoura-de-bruxa, em 1989, é uma das entusiastas. “O caminho é exportar. Temos que mudar nossa visão e acreditar no futuro e iniciativas como esta é importante”, disse. O agrônomo Ediney Magalhães, pesquisador em apicultura, lembrou que a Bahia produz 450 toneladas de mel e 50 toneladas de pólen anuais que são exportados como se fossem de São Paulo. “Temos que mudar isto”, cobrou.

Na abertura, o coordenador operacional da Ceplac, Wellington Duarte, afirmou que não se pode mais ter preocupações agronômicas relativas à produção apenas, mas se deve encarar o desafio de abrir mercados e agregar valor às matérias-primas para obter melhor preço. Além de defender a diversificação agrícola, o dirigente da Ceplac declarou que de nada adiantam os recordes de safra se não se tiver mercado consumidor, preços que remunerem a atividade e tragam receita e oportunidades de emprego. Também citou o PAC do Cacau, que será lançado nesta sexta-feira, às 17 horas, em Ilhéus, pelo Presidente Lula, que além do saneamento da dívida da lavoura, exigirá novos mercados para o cacau, seringa e dendê, dentre outras culturas.

Depois de pedir breve relato sobre a expectativa de cada um sobre o 9º Agro Int, o assessor do Núcleo de Integração para Exportação (NIEx) Eduardo Mello Mazzoleni enfocou o tema “Globalização e Mercados”. Segundo disse, o Brasil tem 17 mil empresas exportadoras das quais apenas 4,5 mil representam 98% das exportações. Ele demonstrou que, entre 1998 e 2006, a Bahia teve crescimento de 17% muito mais que os 12% obtidos pelo País na exportação de produtos ao mercado mundial.

A pauta de exportações baianas apresenta a celulose como maior percentual, em torno de 26%, seguida do cacau, 13%; complexo soja e farelo, 12%; soja em grãos, 8%; e algodão, 5%, que somados significam 61%. “Mas existem outros produtos que ainda não encontraram mercados. O curso visa exatamente discutir isto e ampliar a pauta de exportação brasileira”, disse Mazzoleni, que ficou satisfeito com o nível de formação profissional dos participantes, o interesse demonstrado e o conjunto de informações que exigiram.

Ao fazer a saudação, o superintendente da Ceplac para a Bahia, Geraldo Dantas Landim, afirmou que o Sul da Bahia não produz apenas cacau. “Temos uma extensa lista de produtos para os mercados nacional e internacional como seringueira, pupunha, guaraná, pimenta-do-reino, açaí, fruteiras, mel, pólen e especiarias”, lembrou, desejando que os debates durante o 9º Agro Int signifiquem a abertura de caminhos em direção à exportação de produtos do agronegócio regional. Na Bahia, o evento é coordenado pelo economista Antonio Zugaib, chefe de Planejamento da Ceplac.

R2CPRESS

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